Para alcançar o estágio de ídolo no futebol, o jogador necessariamente tem que ter uma conduta pessoal em razão da influência que exerce na sociedade. A capacidade do futebol de influenciar condutas é tão poderosa, que é inevitável a associação entre o jogador e o homem.

Dessa associação é que surge o ídolo Não o ídolo temporário, que o futebol no campo produz a cada jogo ou a cada gol. Trato do definitivo, como foram alguns exemplos mais recentes como Zico, Falcão, Sócrates, Ronaldo Fenômeno, Kaká e Alex.

Em um dado momento, algum deles pode até ter se desviado da boa conduta, mas os saudáveis atributos de berço logo interviram e resgataram a naturalidade, não deixando que jogador e homem se dissociassem e fossem estranhos um ao outro.

Neymar não é ídolo e nunca será ídolo. O seu berço pode ter sido pobre de alimentos, mas foi muito mais pobre de lições humanas. E quando isso ocorre não há recursos pessoais que façam o jogador superar as adversidades.

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Quando não se tem recursos pessoais para explicar uma determinada situação de vida, o jogador, como Neymar se apresenta como vitima querendo despertar o sentimento mais desprezível que se tem, que é o de pena. O estágio definitivo de Neymar, por mais que ainda faça no futebol e nessa Copa do Mundo, é e será o de celebridade que é engolido pelo tempo.

Por ter esse conceito de ídolo, Neymar não me provoca emoções.

Neymar fará falta no Catar?

No obstante, entro no debate sobre as consequências da ausência de Neymar, talvez definitiva, não sendo intransigente com esse meu conceito de ídolo. Daí, pegando um pedaço da hipocrisia diria que Neymar não fará falta ao Brasil no Catar.

Só conclui assim quem analisa um fundo pessoal. Pode se gostar ou não de Neymar, mas ficar indiferente à sua ausência ou tratar como dispensável a sua presença, é ir contra um principio de que uma Copa do Mundo nunca se ganhou sem um craque.

Pode se gostar ou não da conduta pessoal de Neymar, mas não se pode é negar que nesse Brasil do Catar o único que alcança todos os pressupostos para ser craque é Neymar. Se Vinicius Junior e Rodrygo poderão chegar à esse estágio, mas daí é futuro.

O Brasil não está atrás de um ídolo, está atrás de hexa mundial.