Opinião

Milly Lacombe ajuda Cuca renascer.  E o Furacão agradece

Cuca estreia como técnico do Athletico

Já faz tempo que Milly Lacombe, do UOL, deixou de ser uma jornalista. Seus escritos e as suas crônicas são tão profundas que alcançam a alma do futebol e dos seus personagens. 

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Afastando-se do lugar comum do jornalismo esportivo, fez-se uma pensadora. Pode-se discordar das suas teses e posições, mas não é fácil enfrentar as suas verdades.

Lendo diariamente Milly,  às vezes lembro o final da minisérie “Chernobyl”. A dor de consciência fez o engenheiro chefe da usina, Anatoly Dyatlov (Paul Ritter no papel), desabafar:

Quando a verdade nos ofende, nós mentimos, mentimos até quando lembramos que ela não existe, mas a verdade existe. Cada mentira que contamos gera uma dívida com a verdade. Cedo ou tarde essa dívida deve ser paga.

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Um dias desses escrevi que Cuca, que estreou como técnico do Athletico nesse domingo (10), não poderia “continuar somente ouvindo as suas próprias vozes interiores e viver de acordo com elas”.

Por coincidência, Cuca leu Milly e, citando o seu pensamento sobre o seu caso, fez uma oração pública que provocou um raro momento de renúncia do ser humano, quebrando as intransigências das verdades que, todos nós, às vezes, tratamos como absolutas. As  palavras de Cuca saíram de uma voz honesta, de uma ação humana sincera.

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Bem ensinou o poeta de Bombain, Rudyard Kipling (1865-1936): Se conseguir manter a razão, enquanto os outros a perdem, e culpar a si mesmo, isso te ajuda a se tornar um homem melhor”.  

Arrisco a escrever que Milly ajudou Cuca a renascer.

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