Não se tem notícia de que um dia Guto Ferreira foi contratado para executar um iniciar e terminar um projeto saudável, estudado e sem imediatismo. No entanto, sobrevivente, depois da nova demissão, fica à espera de um outro “salve-me”. E, como se fosse dotado de um dom extraordinário, volta como uma espécie de tábua na qual os cartolas tentam se equilibrar em busca da salvação.

Agora, a sua missão é salvar o Coritiba. Como sempre vai ter que consertar os estragos provocados pelo amadorismo. Foi assim no Bahia em 2021, mas na hora do milagre a água benta não teve dose suficiente. E, desta dessa vez, os estragos são bem maiores. Vai ter que arrumar um time começando do zero sem nenhuma ordem de jogo, e esfolado física e emocionalmente.

Guto Ferreira era mesmo o treinador certo para esse momento do Coritiba. Não tem nada a perder, pois é assim que vai passando vida no futebol. E, em especial, porque está acostumado com tudo o que há de ruim em um time: o desespero na tabela pela falta de plano racional própria do amadorismo, da carência financeira, e a busca da salvação pelo imediatismo e pelo improviso.

Às vezes dá certo, mas quase sempre dá errado.