Como uma metáfora da vida, sucesso, com caráter de surpresa, projeta uma condição inferior que reside no campo do improvável.
Explica-se, assim, como natural esse ambiente de euforia de Palmeiras e Fluminense por ganharem a qualidade para a semifinal da Copa do Mundo de Clubes. Comemora-se o fato que a realidade interna não o autorizava, nem mesmo no campo da ilusão.
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A realidade que a locução destemperada de Luís Roberto, da Globo, e os mimos do comentarista Caio Ribeiro quiseram esconder, já foi impressa com as palavras do goleiro Manuel Neuer, do Bayern de Munique, depois da vitória sobre o Flamengo: “4 a 2, fácil. Sempre que precisamos marcar, marcamos. Se fosse preciso cinco gols, faríamos”, disse o arqueiro.
Essa conclusão de Neuer não é falta de ética, não é falta de respeito, muito menos soberba. É a realidade.

A prova do simbolismo desse disfarce que a surpresa oferece ao futebol brasileiro está no ponto em comum entre Palmeiras e Fluminense: seus melhores jogadores não são brasileiros. O volante Richard Ríos (Palmeiras) e o meia Jhon Arias (Fluminense) são colombianos.
Quer dizer: o sucesso do futebol brasileiro nessa Copa é dependente do futebol colombiano.