Opinião

Na Baixada, um Furacão dramático em jogo teatral

Madson comemora gol pelo Athletico.

Brasileirão, Baixada: Athletico 3×3 Cruzeiro.

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Os teóricos, talvez, dirão que foi um jogo de xadrez. Com certeza já disseram que foi um jogo decidido por detalhes (o empate é uma decisão). Naquela dúvida e nessa certeza imprimem soluções táticas para explicar as suas teorias.

As teorias táticas para explicar esse jogo são as mais puras bobagens. Não há juízo de valor mais frio e incompleto. Athletico e Cruzeiro mostraram que o futebol é uma peça de teatro, seja comédia ou drama. Essa na Baixada teve como enredo um drama que envolveu a todos, até o mais insensível e invulnerável às emoções.

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No primeiro capítulo, a profundidade da submissão do Athletico poderia apostar em uma tragédia no final. Um Cruzeiro surpreendente, bem fechado e veloz, aproveitando da fragilidade do meio rubro-negro com Hugo Moura e, em especial, Arturo Vidal, foi logo fazendo 2 a 0, com gols de Artur Gomes. Uma bola esquecida na área mineira, para Madson marcar, devolveu a vida ao Furacão, ainda no primeiro tempo.

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Qualquer estagiário em análise de futebol apostaria no intervalo que o Athletico voltaria sem Hugo Moura, Vidal e Cuello, com Erick, Fernandinho e Pablo. O Wesley Carvalho, sem as cataratas de Turra, via o jogo com os mesmos olhos da arquibancada, felizmente.

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Pronto, estavam resolvidas quase todas as questões rubro-negras. Sob o comando do irrepreensível e idealista de Fernandinho, o Furacão é que passou a ser supremo e o Cruzeiro submisso. Já era para empatar, com Pablo, Canobbio ou Vitor Roque. Mas empatou: Pablo, aos 32 minutos, em jogada de Canobbio.

Como todo enredo dramático tem um fato que queremos que fique no campo do inesperado, Wesley, aproveitando-se do avanço da defesa rubro-negra, finalizou Bento e fez 3 a 2 para o Cruzeiro. Logo depois, Wallisson venceu Bento e a bola foi na trave.

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Daí, a torcida rubro-negra parecia que havia entrado em campo. Inflamou ainda mais o time e um jogador, em especial: Canobbio, que levou todo o povo à loucura quando arrancou pela esquerda e, ao driblar, foi derrubado na área pelo goleiro Rafael Cabral. Só dois poderiam bater o pênalti: o presidente Petraglia ou Fernandinho. Só um desses dois seria perdoado em caso de erro. Como Petraglia assistia ao jogo longe, Fernandinho bateu. Aos 42 minutos do segundo tempo, empatou: 3×3.

Já era um final bem acabado. Mas poderia ser eterno se o chileno Arriagada, aos 54 minutos, não tivesse perdido a chance do quarto gol rubro-negro. Como há corações que precisam descansar, essa coluna será atualizada no dia 6 de agosto.

Peço licença e perdão para Fernandinho para tratar Canobbio como o melhor em campo. Fez loucuras. Belas loucuras.

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