Opinião

Furacão bebe a champanhe do Fluminense: 4×1

Zé Ivaldo no jogo entre Fluminense x Athletico

Já escrevi mil vezes que não gosto de tratar o futebol como algo mecânico, escravizando-o às variações de ideias táticas. Continuo pregando que o futebol antes de tudo é alma, porque, atrás da bola, como escreveu Nelson Rodrigues, há um ser humano com sentimentos.

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Escrevi, aqui, no post “Furacão busca voltar aos trilhos”, que “o inexplicável Richard, mais Nikão e Marcinho, presumo que o Furacão deve voltar ao trilho contra o time da champagne”.

Eis a grande verdade: pelo Brasileirão, em Volta Redonda, Fluminense 1×4 Athletico.

Foi um presságio, uma aposta, ou foi o quê?

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Talvez, seja o querer da alma. Mas, antes de tudo, foi porque o nível de responsabilidade de Paulo Autuori é acima, uma ilha entre os profissionais do futebol brasileiro. Concluindo que o sistema de três zagueiros era arriscado demais, deu comando de mudança. E, o que se viu em Volta Redonda, foi um Athletico convencional, quase ortodoxo, mas, absolutamente equilibrado, seguro e consciente.

Essa conclusão já pode ser alcançada logo depois que, no primeiro minuto, tomou o gol de Fred. Mantendo-se sereno e não alterando a proposta, logo chegou ao empate com o gol de Richard, em jogada de Cittadini.

Mas não percamos tempo de escrever e ler sobre o que aconteceu depois do gol de Richard até aos 18 minutos da etapa final. Foi nesse momento que, com Nikão e Vitinho (saíram Canesin e Carlos Eduardo), apresentou-se a melhor versão do Furacão nesse campeonato.

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A perna esquerda de Nikão parecia uma vara mágica. Toda a vez que tocava na bola, o Furacão jogava como nunca. A sua presença criou uma aura que fez todos jogarem. E, aí, a goleada com os gols de Vitinho, Zé Ivaldo e do próprio Nikão (de pênalti), foi o corolário dos 33 minutos que vão cravar na memória da maior torcida do Paraná.

Para ser o melhor em campo, Nikão não precisou mais do que 33 minutos.

Entendo que jogando pressionado por um ambiente contrário, o Athletico acaba ganhando consciência de suas limitações. Foi assim contra o Juventude, contra o Grêmio, e só foi diferente em Salvador, contra o Bahia, porque jogou 85 minutos com dez jogadores.

As consequências especificas do resultado de Volta Redonda podem ser antecipadas: uma vitória irá absorver os pontos perdidos para Bahia e Chapecoense; mas, um novo fracasso, será o esgotamento dos pontos ganhos contra times inferiores por natureza, ou que se tornaram inferiores pelo jogo em si, como o Grêmio.

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