Os jovens jornalistas deveriam seguir a lição de Nelson Rodrigues: caminhar pelas ruas e ouvir as pessoas. Entrei no elevador e encontrei dois meninos vestidos com a camisa do Coritiba. Um gritava para o outro: “Fora, Português”.
E, então, adotei o fato como tema.
Antes do jogo com o Criciúma começar, a torcida do Coritiba já gritava: “Fora, Português”. Quando o Coritiba perdia o jogo a torcida não parava de gritar: “Fora, Português”.
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Empatou, mas a torcida continuou gritando: “Fora, Português”. Na decisão por pênaltis, o Coxa saiu classificado na Copa do Brasil, mas a torcida não sossegou: “Fora, Português”
E, daí, mostrando pouca lucidez, o treinador português António Oliveira ironizou a massa, perguntando: “Estavam a protestar contra mim? Ah, não vi”.
No futebol, quando uma censura popular vira bordão, não há ninguém que se sustente. O Coritiba resolveu a sua vida na Copa do Brasil.
Vai perder mais um mês para descobrir que não resolveu o seu problema maior. E, então, na próxima derrota, irá se ouvir: “Fora, Português”.
António Oliveira será um exemplo quando o clube perde o poder de decisão e se torna refém interesses ocultos.