Baixada, Brasileirão: Athletico 1 x América MG 1
A responsabilidade de Felipão no comando técnico do Athletico tem que ser graduada na proporção do seu prestígio no futebol. Não se pode dar a ele todas as atenuantes que se dá para um treinador comum.
Ao analisar a derrota para o Flamengo (1×0), que eliminou o Furacão da Copa do Brasil, sublinhei que o jogo excessivamente cauteloso era o que tinha que ordenar diante das diferenças entre um e outro.
Insistir com Cuello e Pablo em prejuízo de Vitinho e Vitor Roque, já não é mais questão de convencimento tático. Se for há uma equivoco que imediatamente deve ser atacado. Enquanto não for, a insistência tem que ser tratada como uma teimosia que pode colocar em risco a bela campanha no Brasileirão. Bela campanha, aliás, que passa diretamente por Felipão.
O Athletico teve tudo o que não deveria ter contra o fraco América MG, que foram a desconcentração, indolência e desorganização que tiveram uma única fonte: a insistência do treinador em manter Pablo e Cuello durante 60 minutos. Com os dois e contra um time defensivo, não há profundidade. Quando Vitinho e Vitor Roque entraram, o América já havia tomado conta do jogo. Ainda, assim, o Athletico conseguiu criar duas oportunidades com os “reservas”.
E não era para ser assim. Mesmo com um jogo raso, o Furacão dominou o primeiro tempo. Fez 1 a 0 com o gol de Éder contra aos 25 minutos e, se fosse mais profundo, poderia ter resolvido o jogo.
Foi um Furacão lastimável no segundo tempo. Para escancarar os seus pecados, bastou o América avançar um pouco. Fernandinho obrigou-se a ser zagueiro, volante e meia diante de tanta desorganização.
E os mineiros foram atacando até usarem uma cópia do gol de Pedro, do Flamengo: uma bola pelo alto sobrou para Henrique Almeida, que de “bicicleta”, com Pedro Henrique e Heleno perdidos, venceu o goleiro Bento.
E, daí, nos minutos finais, com Erick, Cittadini e Rômulo, o Athletico fez o que todo o time de Felipão faz no desespero: sem ideias de comando técnico para criar uma situação nova de jogo, passou a jogar bola na área para o acaso resolver. Por causa do frio em Curitiba, o acaso não foi à Baixada.
Mais do que perder dois pontos, o Athletico viu a sua torcida perder a paciência e vaiar. E com razão.