Ao ser provocado sobre o trabalho do treinador Paulo Turra no Athletico, assim falou Felipão: “Cada um cuida do seu setor. Eu não sou mais técnico. Então, eu não falo nada para o Paulo. A não ser em determinados dias, que temos nossas conversas, eu dou minha opinião. Todas as decisões como técnico é o Paulo que tem. Não me meto onde não devo. A parte de dirigir é do Paulo. Bem ou mal, mas dirige”.

Há um enigma embutido na resposta de Felipão. Convido o torcedor a fazê-lo, oferecendo a minha colaboração. Paulo Turra continua sendo de Felipão, o que em latim se chama de longa manus. Em português coloquial, um peão de obra. Sem a tutela de Felipão, Paulo Turra escorregaria na casca de banana ao atravessar a rua, não seria técnico de clube pretensioso, como o grandioso Athletico Paranaense.

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Felipão pensa que está tratando com ingênuos. Para decifrar o seu enigma não precisa saber muito de lógica. Trata Paulo Turra como independente para não ser associado à incapacidade do treinador que tutela. Não quer é ser responsabilizado direta ou indiretamente pelos erros de Turra, que tem um bom grupo de jogadores e não consegue fazer um time.

Na hipótese improvável de que não influi no trabalho de Paulo Turra, e se não participa de negócios relativos ao futebol, condição que impôs para ficar, qual é a agenda de Felipão no Athletico e em Curitiba, além comer massa no Lellis, churrasco na Fogo Forte e tomar vinho produzido na Borgonha com o médico Edilson Thiele?