Cuca dá aula e o Athletico corta o papo do Inter
Um professor acadêmico em sua aula sobre o futebol bem que poderia passar o vídeo desse jogo da Baixada, em que o Athletico derrotou o milionário Internacional por 1 a 0.
Ensinaria aos seus alunos como um treinador é capaz de intervir em um time e diminuir as suas limitações individuais. E que a influência dessa intervenção é capaz de fazer um time superior e alcançar a vitória. Esse treinador é Cuca, do Furacão.
Em um primeiro tempo de brutos, Athletico e Inter fizeram um jogo de maus tratos entre uns e outros, horrível. O Colorado, com seus jogo de pernas, era mais equilibrado. O Rubro-Negro, insistindo com Cuello e Julimar, nem parecia que tinha um onze em campo. Tosco e pouco fluído, vivia mais da emoção da arquibancada do que dos seus recursos em campo.
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Corte-se o roteiro para volta do intervalo. Sem Cuello e Julimar, com Christian e um Zapelli acesso, Cuca arrumou o Athletico, transformando-o.
Bem ordenado sob o comando de Fernandinho, passou a ser autêntico, vigoroso e maciço. Dobrando o apoio pela direita com Godoy e Christian, e pela esquerda com Esquivel e Canobbio, foi empurrando o Inter.
Como os gaúchos também voltaram jogando bola, o jogo da Baixada passou a ser um jogão, coisa de cachorro grande. Christian perdeu para o Furacão e Borré viu Thiago Heleno tirar o empate da linha de gol.
Como escreve o moçambicano Mia Couto, seu dito, nosso feito. Aos 26 minutos da etapa final, o inesperado, sucedeu-se: Canobbio, apertado em palmo de grama, entrou na área driblando os gaúchos, e de esquerda, veja só, chuta no ângulo direito de Rochet. Era Canobbio de corpo, mas de espírito era o imortal Enzo Francescoli, o maior uruguaio de todos os tempos.
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Mas aí Canobbio chutou o balde. Reclamado, ganhou o amarelo; dando carrinho, levou o vermelho. A sua saúde provocou uma reação negativa no próprio time. O que se viu no fim foi o Inter em cima, Borré perdendo gol e Bento salvando. Mas só foi susto.
Com a autorização de Fernandinho, indico Canobbio como o melhor do jogo.
