Desde que os ingleses chutaram uma bola pela primeira vez (1863) nasceu um princípio de que no futebol não há milagre. Teorias revolucionárias surgiram provocando revoluções extraordinárias, mas o princípio continua inatacável. E a resposta para essa questão é simples: no futebol nada acontece por acaso. Sempre há um fato que intervém na vida dos clubes, dos técnicos e dos jogadores.

Se no futebol não há milagre, o que pode o salvar o Coritiba da Segundona?

Nem o mais otimista dos coxas, mesmo com a estreia de Guto Ferreira no comando, esperava uma vitória alviverde contra o Fluminense, no Maracanã. E nem se tratava de pessimismo, mas da dura realidade que a paixão não é capaz de absorver: com a derrota incorporada pela sua rotina, enfrentava o Fluminense de Diniz que se assanha como exemplo a ser seguido no Brasil. Perder nessas circunstâncias, até por 5 a 2, às vezes, é evento possível quando as diferenças em campo são tantas que se tornam incontroláveis. Nem mesmo as ausências de William Farias, Henrique, Castán e Muralha devem ser consideradas como atenuantes. Com eles em campo, o Coritiba já estava na zona escura.

Mas perder como perdeu, sem nenhuma resistência pela superação e sem nenhuma consciência de jogo, sinaliza que o sentimento da perda final já dominou a todos.

“Tomamos gols de todos os jeitos”, foi a locução irônica do treinador Guto Ferreira que terá que desafiar todos os dogmas e princípios para salvar o Coritiba da volta à Segundona. Embora bom técnico, talvez seja muita coisa para ele vestir-se de “santo”.