Assim falou Júnior Chávare: “Em abril, o Coritiba será o campeão do Paraná e, em novembro, estará de volta à primeira divisão nacional”.

Constava-me que o professor Chávare tinha sido contratado para ser diretor executivo de futebol do Coritiba. Vejo que me enganei.

Ao carregar de certeza essas conquistas, o professor apresenta-se como um personagem desconhecido no mundo do futebol: o inventor do futuro.

Para exercer uma das funções mais importantes de um clube, que é a direção de futebol, é preciso aprender coisas da vida. Se tivesse lido pelo menos uma vez as lições de Winston Churchill, o homem do século XX, ficaria quieto: “A arte da previsão consiste em antecipar o que acontecerá e depois explicar o por que não aconteceu”.

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E não fica bem o senhor Chávare querer “inventar o futuro”. Afinal, o Coritiba já não é mais uma instituição associativa. É uma sociedade anônima com fins lucrativos que, por lei, não pode utilizar-se publicamente do sistema especulativo, que no futebol é provocador de ilusões populares.

E se há alguém no Coritiba que não pode “inventar o futuro” neste momento é o professor Chávare. Responsável por formar o time coxa para a temporada, trouxe Arilson (Criciúma), Rodrigo Gelado (Vila Nova), Vini Paulista (Juventude) e Matheus Frizzo (Tombense), jogadores comuns em times periféricos. Ao contrário, Bruno Gomes e Marcelino Moreno, que seriam as diferenças, estão saindo. E embora, na Segundona, o Coritiba mantém uma condição central em razão da sua história.

Esse é um dos problemas das sociedades anônimas de futebol no Brasil. A maioria dos executivos não conhece a história e não penetra na alma da instituição.