Opinião

Coritiba de Alef Manga ganha e manda o Furacão para o sofá

Alef Manga marcou os dois gols do Coritiba no clássico

O Atletiba me provoca lembranças.

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Era 1976 e o Atlético precisava ganhar do Coritiba. O presidente era o saudoso Aníbal Khury. “Traga o Taquito, do Bonsucesso, Aníbal”, soaram as cornetas da Boca Maldita. E eis que chega Taquito:  alto, magro, a quem a bola parecia um objeto estranho.

Atletiba no “Belfort Duarte” com 50 mil pessoas.  Noite de inverno severo, e os coxas se puseram a perder gols. Resultado: no último minuto, Atlético 1 x Coritiba, 0. Gol de Taquito. Nunca mais se ouviu falar de Taquito.

É 2022 e o Coritiba precisava ganhar do Athletico. O presidente Juarez Moraes e Silva recebe um conselho: “Traga Alef Manga, do Goiás, Juarez”. E eis que chega Alef: de nome hebraico, significa “o primeiro”. Atletiba, na Baixada, em noite de outono ameno, 22 mil atleticanos. Resultado: Athletico 1×2 Coritiba. Dois gols de Alef “o primeiro” Manga. Quanto tempo, ainda, irá se falar de Alef Manga?

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Descartadas as lembranças, trato do jogo da Baixada.

Supreendentemente, um jogo até que razoável.

Um resultado absolutamente justo esse de 2 a 1 para os coxas. E, para afirmar esse fato, a análise não pode ser pelo olhar atleticano. Por esse ângulo, adotando como referência a conduta medíocre do Athletico, irá se desvalorizar a vitória do Coxa que não foi resultado do imprevisto ou da casualidade.

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Mal o jogo começou, em razão do equilíbrio individual pela baixa qualidade, já foi possível antecipar que a solução seria de ideias e comando de banco.

Com uma ordem conservadora, parecendo levar a cautela ao extremo, o Coxa de Morínigo atraiu o Furacão para o seu campo. Gamalho, parecendo em quadra de basquete, era o pivô perfeito. O Athletico caiu na armadilha. Aos 10 minutos de jogo, Alef “touro” Manga, jogando nas costas de Abner, em chute cruzado, fez 1 a 0.  Submetido ao bom jogo do Coxa, o Furacão surpreendeu a si próprio, achando o gol de empate com David Terans aos 15 minutos.

O empate não refletia o que ocorria no campo. Bem por isso, aos 43 minutos, um chutão de Muralha pegou a zaga do Furacão adiantada. Alef Manga se antecipou a Thiago Heleno e venceu Santos: 2×1.

O Athletico dominou o segundo tempo.

Mas, foi aquele domínio que a literatura de arquibancada conceitua como enganoso. Exibiu-se no campo ofensivo não por suas virtudes, mas pela proposta de jogo do Coritiba. Até que criou algumas ilusões em chutes de Terans, Pedro Henrique e Thiago Heleno que, vejam só, terminou como atacante. Esgotadas as poucas esperanças que tinham, para os atleticanos, ainda, restava uma falha de Muralha. Esperança que ficou esfarrapada com as defesas do goleiro coxa.

O Coritiba joga por um empate para ir à final do Estadual.

São dois times iguais. O problema é que a derrota mandou o Furacão para o sofá. Só que com Alberto Valentim no comando não tem remédio.

Essa coluna é uma homenagem a Luiz Carlos Gabardo, coxa dos grandes.

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