Não é por falta de boa vontade mas, às vezes, é dificil entender o professor Guto Ferreira. Veja só como ele explicou a derrota do Coritiba para o Maringá, por 2 a 0: “Faltou foco e postura ao time”.
Eu sou daqueles que ainda recorre ao velho dicionário Aurélio para saber o significado das palavras. No caso da resposta do professor Guto, foco significa “a visão de um objetivo bem definido”.
Então, transportando esse conceito para caso específico, o Coritiba teria perdido por não ter objetivo. Guto quis dizer que os jogadores tratam o título paranaense como irrelevante.
Avançando, o culto treinador coxa afirmou que “faltou postura ao time”. Recorro, outra vez, ao velho Aurélio. A expressão “postura” quando sai do conceito físico corporal, significa posição correta, disciplinada e ordenada. Guto quis dizer que os jogadores foram indisciplinados e desordenados.
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Entendo que o técnico fez uma autocrítica. A sua oração motivadora não despertou nenhum interesse dos jogadores coxas para ganharem do Maringá. E a sua orientação tática não conseguiu organizar o time, única forma de dar-lhe equilíbrio para adquirir postura.
Não sei se estou certo, mas entendo que os jogadores adquirem foco e postura para um jogo a partir das lições do técnico em treinamento e vestiário. Culpar a si próprio é uma conduta nobre do ser humano. Revela espírito de renúncia e de transigência. É o melhor caminho para transformar-se em um bom ser humano.
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Mas o futebolm por movimentar milhões de reais, transformando a vitória como a única verdade, a autocrítica perde um pouco o significado de nobreza. Repetida, é uma confissão de fraqueza, insegurança e dúvida.
Um dia desses, o Coritiba foi eliminado da Copa do Brasil pelo Águia, de Marabá, também, segundo o professor Guto, por falta de foco e postura.