Comandar o Furacão é a felicidade. Quando entra e quando sai
Ouvi certa vez de um treinador que há duas alegrias para quem é convidado para comandar o Athletico: quando entra e quando sai.
A alegria ao entrar é a de uma criança que pela primeira vez vai conhecer um mundo encantado cheio de ilusões. É que depois de ouvir os planos para um tal “projeto”, é introduzido na estrutura material e pessoal de última geração, com o dinheiro saindo pelo ladrão.
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Quando começa o trabalho, o tal “projeto” não é o imaginado, pois tem um destino final: antes de ganhar jogos e conquistar títulos, o objetivo de núcleo é atender a circulação de jogadores para negócios.
Então, conciliar a formação de um time com esses interesses introduz o técnico num ambiente de tensão, desconfiança e discórdia. E, aí, quando o resultado de campo depende de algum tempo, resta a última alegria: ir embora. Não é o caso de Valentim, é claro, porque prestou mais serviços para outros do que para o Furacão. Profissionais como Tiago Nunes e Paulo Autuori podem ir e voltar, mas entre um episódio e outro, acabam saindo.
Como a alegria de entrar pela ordem natural das coisas é sempre precedente, o cargo de treinador do Athletico é um dos mais cobiçados do futebol brasileiro por causa do tal “projeto” e da estrutura.
A partir da ordem de Petraglia para que Alberto Valentim pedisse demissão, foram oferecidos e sugeridos treinadores para todos os gostos. Alexandre Mattos, o CEO de Negócios, quer Mano Menezes; o gerente de futebol, o estranho Yamada, quer o seu parceiro de Corinthians, Silvinho. Petraglia quer Cuca, que não quer o Furacão, porque sonha com o Flamengo. E ninguém quer Lucho González, a quem havia sido prometido o cargo de treinador. Ignorado, Lucho foi embora.
