Na foto da reunião entre Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, e Fabio Camargo, presidente do Tribunal de Contas, um personagem me chamou a atenção: o cão de raça Golden Retriever.

Lá está ele com as suas virtudes naturais: dócil por ser amoroso, soberbo pelo tamanho e beleza, e imperturbável, como um autêntico inglês.

O que me chama a atenção é que dos personagens que estão na foto, o cão é o único que está sério e frio. Não sorri como Petraglia e Camargo, assessores e lobista.

Inteligente para ter a percepção de determinadas coisas de seres racionais, está desconfortável. E pergunta a si próprio: “O que o Petraglia veio fazer aqui se o Athletico recebeu o beneficio que pediu do Tribunal do meu tutor?”.

Um Golden Retriever é capaz de ter a sensibilidade que Petraglia e Camargo deveriam ter. Ficou constrangido e desconfortável com a reunião entre Petraglia e Camargo. Reunião inoportuna e moralmente proibida depois da decisão judicial que suspendeu os efeitos da decisão do TCE.

Nem censuro o presidente do TCE porque a boa educação manda receber uma visita. Em especial, se é presidente do Athletico, que é um dos cargos públicos mais importantes do Paraná.

Mas momento para tudo. A ida de Mario Celso Petraglia, nesse ambiente corroído do acerto de contas da Baixada, não tem explicação. Sob qualquer ponto de vista, é censurável. Comprometedora, tem a capacidade de provocar especulações sobre determinados fatos, em especial sobre o mandante da ação popular.

Se existem questões jurídicas, o caso é para advogado. E nenhuma advogado que patrocina a causa do Athletico estava na reunião. A não ser que exista alguma pendência entre Tribunal de Contas e o Athletico fora do âmbito jurídico?

Pelas circunstâncias, o Golden Retriever é o único que restou bonito na fotografia.