Análise

O grito de alerta dos jogadores coxas diante do atraso de salários

Coritiba tem dificuldade em pagar em dia

Na sua mais bela canção, “Grito de Alerta”, Gonzaguinha trata de amor, mas ensina os limites dos sentimentos do ser humano: “só sinto no ar o momento em que o copo está cheio. E que já não dá mais pra engolir”.

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Já cansados de ficarem à espera do pagamento de salários, os jogadores do Coritiba se negaram a concentrar para o jogo com o Remo.  Depois, em campo, como vem ocorrendo, mostraram bom caráter: correram, lutaram, superaram deficiências e acabaram vencendo (2×1).

E se o Coritiba não tivesse ganhado o jogo? 

No futebol, em regra, os motivos de arquibancada (leia-se rede social) para uma derrota não são compreensíveis. Tornado púbico o ato dos jogadores, seria tratado como motivo para um fracasso. O Coritiba não paga salários, não importa a que título, ou se paga, o faz no picado, o que é pior do que não pagar.

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A questão poderia até ser compreendida (e estava) como consequência do atoleiro no qual Samir Namur deixou o clube. Poderia até ser ajustada (e estava) diante da absoluta carência de fontes de renda que é provocada na Segundona. Ocorre que as promessas juradas pela nova diretoria não foram cumpridas.  

Os dirigentes coxas começam a perder o motivo plausível para justificar as dificuldades provocadas pelo acervo de dividas deixada por Namur.

Quando eleitos, sabiam da situação do clube. Responsáveis e bem-sucedidos na vida, tinham ou deveriam ter a consciência plena de que seria preciso combatê-la com alternativas que se afastassem das fontes convencionais do futebol.

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Os jogadores deram um grito de alerta. Fizeram um bem para o clube.

Se uma eventual crise técnica, que é natural no futebol, coincidir com a crise financeira, os planos para voltar ao Brasileirão podem ficar confusos.

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