Não me perguntem mais se o Athletico jogou bem ou mal. Só me pergutem se o Athletico ganhou, perdeu ou empatou. Certas conclusões podem demorar, mas quando chegam não podem ser desprezadas.

É que se for exigir que esse Furacão de Turra e Felipão ganhe sempre ganhe jogando bem, é contrariar a sua própria natureza. Ele foi concebido para jogar o jogo do deus-dará.

Vejam só essa imperial classificação antecipada na Libertadores. Na Baixada, contra o Libertad, as coisas estavam indo mal com tendência de ficarem piores.

Era um Athletico desalinhado, fora do prumo. Na Baixada, os 26 mil atleticanos já tinham perdido a paciência com Cuello, gritavam mil palavras contra David Terans, já voltavam a praguejar contra Canobbio e gritavam contra Paulo Turra.

+ Confira a tabela do Athletico na Libertadores

Submetendo-se aos sofríveis paraguaios, bebia do copo do seu são Bento que, com duas defesas improváveis, evitava a derrota. Já tinha atleticano falando em Deus.

Eu mesmo comecei a beijar minha medalinha de Santo Antônio. E não é que Deus, em versão cordial, íntimo e terno, sentou na Baixada e iluminou a cabeça de Turra e/ou Felipão?

Quando nada ou quase nada se esperava, entrou o jovem Christian. Então, aconteceu: 26 minutos do segundo tempo, Christian ganhando uma bola pela esquerda, com o drible busca espaço à frente da zaga para ficar em linha diagonal. Encontrado o espaço, chuta forte, a bola vai meia altura, fazendo curva para entrar no canto esquerdo do goleiro.

E não foi a primeira vez que Christian entrou para resolver a vida do Athletico em desespero. Me faz lembar a bela poesia do saudoso Michael Sullivan, “Talismã”, cantada por Leandro & Leonardo: “Só você que me ilumina/Meu pequeno talismã … nos momentos mais difíceis, você é o meu divã…”

No final do jogo, com a vitória e a classificação antecipada, desconfio que ouvi Santo Antônio sussurrar para mim o velho aforismo: “É o Furacão, estúpido!

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