Opinião

Athletico nas quartas de final; só Deus e Felipão sabem como foi

Felipão.

Libertadores, Assunção: Libertad 1×1 Athletico. O Furacão vai jogar as quartas de final. Aprende-se lendo Nelson Rodrigues que a vida dos homens e dos times depende, às vezes, de episódios quase imperceptíveis. Por exemplo: quando o Furacão perdia (1×0) e jogava mal (aliás, muito mal), Felipão trocou Vitor Roque por Rômulo, um menino que está amamentando, tal qual a loba romana amamentou Rômulo, o fundador de Roma.

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Todos praguejaram a saída de Roque. Mas o velho mestre que sabe das coisas sabia que para evitar os pênaltis iria precisar mais da altura de Rômulo do que do talento e da força do baixinho Roque.

E aconteceu: pela rota de costume de Felipão, quando já pareciam encomendados os pênaltis, no último minuto, Khellven cruzou uma bola alta para a área paraguaia e Rômulo primeiro cabeceou e, no rebote, finalizou o goleiro Martín Silva. Khellven e Rômulo, outra vez. Um gol custo zero que colocou o Furacão nas quartas de final e o fez ganhar mais alguns milhões.

+ Confira a tabela da Libertadores

Bem que poderia ter um outro roteiro, se Erick no primeiro minuto de jogo não perdesse o gol que perdeu. Ou se parasse Santa Cruz, que aos 48 minutos da etapa inicial entrou driblando a zaga e venceu Bento. Libertad 1×0.

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O Athletico, que fazia o seu único jogo ruim com Felipão, continuou ruim. Com os péssimos Canobbio e Cuello, entregava Vitor Roque aos paraguaios. Com Terans, Erick e Hugo Moura sonolentos e sem alma, abria espaços para o Libertad criar. Se não marcou outra vez com Santa Cruz na etapa final, foi porque o goleiro Bento não é santo, mas faz milagres.

Jogou mal é verdade. Mas esse é o Furacão de Felipão. Sem vaidade, não tem e não quer ter nada de moderno. Não sai jogando, não faz pressão na frente para ganhar a bola, faz a velha marcação por zona, joga com bolas longas, bolas curtas e chutões.

Engana-se quem pensa que o gol para ele é a Lua. Pode até demorar, mas não há jogo em que ele de uma maneira ou de outra, deixa de marcar. Quando nada mais resta, ainda tem a estrela e a sabedoria de Felipão para administrar as suas fraquezas.

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Temo pelo futuro dos velhos corações. Eles não estavam preparados para essa altura da vida ter que enfrentar emoções de um Athletico de Felipão. Rômulo, entrou como candidato a rei e saiu coroado.

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