De quem é esse pensamento: “Eu vi. Você veja…Eu já vi, parei de ver. Voltei a ver e acho que o Neymar e o Ganso têm essa capacidade de fazer a gente olhar”.

Acertou: essa é uma das frases históricas de Dilma Rousseff que até hoje desafia os maiores intérpretes da língua portuguesa a explicá-la. É de Dilma, mas bem que poderia ser de Paulo Turra, treinador do Athletico.

Às vezes tenho o sentimento de pena por Turra. Não a pena que se sente por uma perda, mas pela imensa dificuldade que ele tem em raciocinar para intervir no time durante o jogo e para explicar uma vitória ou ou derrota. Coisa de louco, diria Ruy Barbosa.

Quando o Athletico perde, como perdeu esse jogo com o Grêmio (2×1), na Baixada, a derrota torna-se mais grave. É que ouvindo Turra, o torcedor até desanima por não extrair dali nenhuma esperança de futuro entregue à responsabilidade sua e de Felipão.

+ Confira a tabela do Athletico no Brasileirão

O que se ouve são explicações desconexas sobre um jogo que só ele viu. A impressão é que Turra e Felipão criaram um mundo paralelo no CT do Caju em que tudo é perfeito, até a falta de esquema que produz as derrotas.

A derrota para os reservas do Grêmio foi um desastre. Não pelo resultado em si, porque esse, no primeiro olhar, pode ser atribuído, em tese, a Thiago Heleno e Pedro Henrique que, outra vez, falharam em bola cruzada.

Trato do tema em tese porque embora Thiago Heleno esteja no canto do cisne, entendo que erro de zagueiro quando se repete é sinal de mal posicionamento.

A derrota foi um desastre porque escancarou uma terrível verdade que é escondida toda vez que, por espasmos, o Athletico consegue uma virada só em razão dos jogadores: é a que se existe função do futebol que exige capacidade de raciocínio é a do técnico para pensar e dar soluções, em especial, emergenciais.

Para terminar respondam de quem é essa frase: “A autossuficiência do Brasil sempre foi insuficiente.” De Turra? Não, aí é de mais. Essa Dilma foi insuperável.