Opinião

Segurar a seleção do Galo é para poucos. E um deles está no Athletico: Paulo Autuori

Não sou daqueles de buscar nas comparações os argumentos para sustentar uma análise do presente.  Mas não há como tratar dessa decisão do Athletico com o Atlético Mineiro, pela Copa do Brasil, sem lembrar aquela que consagrou o Furacão campeão nos jogos contra o Internacional.

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Lá, em 2018, as vitórias sobre o Inter foram apenas o corolário da trajetória de brilho que deixou Flamengo e Grêmio estragados no caminho.

O time comandado por Tiago Nunes era formoso no meio campo pela qualidade de Wellington, Bruno Guimarães, Léo Cittadini e Nikão, e mortal no ataque pela velocidade de Rony e a inteligência do argentino Marco Ruben. Quando precisava dar calma ao time, tinha Lucho González. Quando precisava do imprevisto, tinha Marcelo Cirino.

Agora, em 2021, as coisas são bem diferentes.

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Os bons jogos do time do Furacão nessa temporada não foram em sequência, foram eventuais. É que por limitar a sua qualidade técnica a Santos, Thiago Heleno e Nikão, obriga-se a depender da ordem e da disciplina tática. E quando há essa dependência, a margem de erro é mínima. E erro tático, muitas vezes, pode ser compensado com a virtude individual.

Nessa incerteza há um elemento a ser considerado: os bons jogos eventuais do Furacão foram na Copa do Brasil, quando chegou quase à perfeição contra o Flamengo, e na Copa Sul-Americana, em especial, contra o Red Bull Bragantino. Esse fato revela que o time é resignado às suas limitações individuais, e por isso é disciplinado às ordens da direção técnica.

A grande diferença é o adversário.

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O Galo é uma seleção sul-americana comandada por Cuca. Marcar um time que reúne no mesmo quadrado Keno, Hulk, Diego Costa e Nacho Fernández é tarefa para poucos eleitos. Um deles está no Caju que é Paulo Autuori.

Sempre nessas situações, lembro da lição dada pelo alemão Sepp Herberger. Em 1954, antes da final da Copa do Mundo, em Berna contra a poderosa Hungria de Puskás, provocado para falar sobre o favoritismo “magiar”, afirmou: “A bola é redonda e o jogo tem 90 minutos”.

A Alemanha foi campeã.

E o Galo não tem nenhum Puskás.

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