No tranco e nos pênaltis, o Athletico avançou na Copa do Brasil. Virando o jogo por 2 a 1, impôs a sua diferença técnica nas penalidades máximas (4×2), diante do modesto CRB.

Para ter esse resultado final, a torcida obrigou-se a ver um show de horrores. Sair da angústia, passar pelo sofrimento, alcançar o desespero e sorrir mais como descanso do espírito do que de alegria.

O treinador Paulo Turra conseguiu ao mesmo tempo ser o diretor, o roteirista e, em especial, único artista desse show de horrores.

Como se tivesse criando a versão esportiva do velho circo inglês de Barnum e Bailey, Turra, revezando-se com si próprio, vestiu a fantasia da Garota-Pássaro, do Homem-Elástico e do Homem-Cachorro, escancarando todas as anomalias táticas do Furacão.

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Quando as diferenças são grandiosas como são as do Athletico para o CRB e a solução precisa ir para os pênaltis, não há o que se investigar sobre a razão da igualdade: ou o time é fraco por natureza ou é tornado fraco pelo técnico.

O Furacão, embora tenha mais quantidade do que qualidade, tem jogadores capazes de formar um bom time. A questão é que isso só é possível com um técnico capaz por ter conhecimento e inteligência. Turra não tem nenhuma dessas virtudes.

Ausência de Petraglia gera grave problema interno no Athletico

Felipão e Petraglia no Athletico. Foto: Átila Alberti/UmDois

É o momento da torcida ter conhecimento do grave problema interno que faz o Athletico estar sendo comandado por um piloto automático.

O presidente Mario Celso Petraglia, por ordem médica, não está podendo exercer regularmente a presidência. Ao contrário, seu médico paulista irá liberá-lo para permanecer em sua casa, mas não para voltar a exercer de imediato as funções no clube.

O segundo vice-presidente, Lauri Antônio Pick, no qual os atleticanos poderiam confiar, morreu. Já o primeiro vice, Fernando Cesar Aparecido Meirim Corrales, que só formalmente tem o cargo, pode renunciar.

Então será necessário eleger um novo primeiro vice para ocupar a presidência na licença de Mario Celso. Explica-se aí o segundo item do edital de convocação do Conselho Deliberativo para reunião extraordinária para essa sexta feira, dia 27. O advogado José Augusto Araújo de Noronha, ex-presidente da OAB pode ser uma boa solução.

O que isso tem a ver com o futebol em campo?

Tem tudo a ver. Por não ter recebido alta médica, Petraglia está impedido de tomar decisões que exigem debates e desgaste físico e emocional como exigem os problemas de futebol. Sabe-se que ele não quer perder Luiz Felipe Scolari, e Scolari, aproveitando-se desse fato, mantém Paulo Turra e a sua dulce vida em Curitiba.