Opinião

Se Petraglia estivesse envergonhado, seu silêncio seria um ato de grandeza

Por
Augusto Mafuz
22/11/2020 19:17 - Atualizado: 29/09/2023 23:09
Mario Celso Petraglia, CEO e presidente do Athletico.
Mario Celso Petraglia, CEO e presidente do Athletico. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Athletico que foi vice lanterna, agora, ganhou do Santos (1x0), ganhou a sua quarta partida em sequência, o que lhe autoriza a pensar em uma vaga para um dos torneios continentais. Bem por isso, os atleticanos procuram uma explicação para o voto de silêncio de Mario Celso Petraglia, que detém a posse do Athletico. Como se fosse um beneditino, parece ter transformado a mansão em um mosteiro.

Se Petraglia fosse de ter arrependimento e vergonha por suas reações ofensivas contra o clube e a torcida, talvez, fosse uma boa explicação. Mas por sempre impor a sua verdade como única e como absoluta, não é dos que se arrepende e se envergonhe do que faz.

Se estivesse arrependido e se envergonhado de ter tratado o Athletico como “um time de bairro”, e a sua torcida como uma “falácia”, no sentido de mentira, o silêncio de Petraglia seria um ato de grandeza.

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Ninguém sabe o limite desse Athletico. Mas, o apreço ao mérito exclusivo de Paulo Autuori é indiscutível. Só por causa dele, aquele time sem energia, sem ordem e sem jogo, tornou-se um time com jogo, corpo e com alma.

Vejam só como as contradições do futebol explicam muitas coisas. Toda a vez que o Athletico ganha nesse Brasileirão e sobe uma casa na classificação, Mario Celso Petraglia perde. As vitórias atuam como uma lição de que o cartola é inconsequente para tratar de futebol. Toda vez que sob o pretexto de implantar um projeto moderno no futebol como jogo, atua como um predador do futebol rubro-negro, dos sentimentos do torcedor e da grandeza esportiva alcançada pelo Furacão.

Nem volto ao passado, embora lá se encontre exemplos definitivos. O presente ilustra melhor: quando Dorival Júnior foi demitido, custaria atacar de imediato a desordem do time e do ambiente do CT do Caju? No entanto, só para mostrar que o seu poder é de dono, portanto, é absoluto, ignorou os apelos da torcida, e manteve Eduardo Barros, um estagiário no comando do time, que foi parar na vice lanterna.

Bastou uma semana cheia para Paulo Autuori disciplinar as péssimas intenções no CT do Caju (saída de Paulo André, briga entre jogadores), treinar o time e fazê-lo ganhar. Hoje o Athletico tem uma torcida feliz, um técnico feliz, uma imprensa feliz, um time feliz. Pena que Petraglia fica inconformado com a felicidade dos outros.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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