Na Baixada, pela Libertadores, o Athletico ganhou do Atlético-MG por 2 a 1. Não me surpreendi. Conhecendo os meus, os seus costumes, a sua grandeza e as suas idiossincrasias como conheço, escrevi já na segunda: “Um jogo das características desse da Baixada é bom para o Furacão. Historicamente gosta de jogar sob a pressão do resultado, da torcida e de fatores internos”.
O que não esperava era o jogo de exceção que fez. Como não fizera em 2023, foi imponente. Com o meio-campo acertado por Christian, Erick, Fernandinho e Terans, o seu primeiro tempo foi grandioso. Não só ganhava o meio para ter a bola como para atacar.
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Alcançando esse estágio, impôs a lógica pelo qual sendo o melhor deve marcar quando se tem um fenômeno como Vitor Roque. Fazendo 2 a 0 com gols de Vitor Roque aos 6 minutos e David Terans (pênalti) aos 34, fez o Galo perder o rumo.
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Por ser uma noite como sempre são as noites de Libertadores na Baixada, o segundo tempo foi pressão que provoca angústia, mas do contra-ataque provoca esperança. E foi nesse roteiro que foi jogado: o Galo pressionando e até marcando aos 24 minutos com Paulinho, e o Furacão se defendendo.
E por ser noite de Libertadores, no Furacão sempre há uma intervenção superior com algumas características divinas. Desta vez representada pelo Bento, que mostrou ao Brasil ser o maior goleiro da atualidade. Transformou defesas improváveis em defesas naturais e, defesas impossíveis em milagres.
Já quem tenha dito ou escrito que o Athletico ganhou só por causa de Bento. Mas um time tem que ter goleiro. E Bento é goleiro. E é goleiro do Furacão. A sua última defesa, como se tivesse jogando hóquei no gelo, projetou as qualidades que o levarão à seleção brasileira.
Bem resumido é o seguinte: jogando o que jogou, com Bento, Christian, Fernandinho e Vitor Roque, sem Canobbio e Cuello, o Athletico fez a sua torcida voltar a sonhar. Felipão estava no banco. O seu silêncio e o seu olhar foram mais importantes do que qualquer ordem falada.