Athletico e quando não jogar a Libertadores é o menor dos problemas

Um jogo de futebol é composto de fatos imprevistos. Esse Athletico que anda por aí desmente esse princípio, pois nada é mais previsível do que ele. A bola a partir de Fernandinho começa a girar em círculos. Um ou outro lançamento em profundidade que não resulta em nada, porque acaba nos pés de Canobbio ou Willian Bigode, através dos quais o gol é raro, quando não é impossível.
Na Baixada, o Athletico empatou com o Vasco (0x0) como havia empatado outros sete jogos consequência de seu jogo desprezível tática e tecnicamente.
O fato de não jogar a Libertadores no ano do centenário é o menor dos problemas. Logo, o Athletico voltará a jogar a Libertadores e essa questão estará resolvida. Não há perda técnica capaz de provocar ofensas ao simbolismo da data do centenário para os atleticanos.
A questão é outra, mais grave. É a falta de um projeto que devolva ao Athletico a ambição de ganho no campo. Essa carência é motivada no despreparo de dirigentes e executivos na execução de princípios elementares para comandar o futebol. Como ter um técnico no mínimo razoável, como ter um diretor de futebol, como usar critérios técnicos e não negociais para contratar jogadores, e ter uma conduta moral dentro do ambiente de trabalho.
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Não há argumento contra o fato do Furacão ter escalado só treinadores em período de estágio. Perdeu um tempo com Paulo Turra e outro, mais importante, com Wesley Carvalho. É irresponsabilidade de comando.
Não há argumento para o fato de supervalorizar jogadores como Madson, Pedro Henrique, Cacá, Kaique Rocha, Hugo Moura, Erick, Cuello, Canobbio, Pablo, Rômulo, Thiago Andrade e Alex Santana, e pretender dar efeito especial com ex-atletas como Willian Bigode, Vidal e Bruno Peres.
Na entrevista desta segunda-feira (27), o presidente Mario Celso Petraglia dirá, entre outras coisas, que o Athletico não competiu apenas esse ano. Ganhar ou não em 2023 não é o problema, insisto. O problema é o improviso que se tornou projeto, fato materializado quando se entrega o comando para Marcio Lara, Alexandre Mattos e Rodrigo Gama Monteiro, que provocaram os estragos no futebol do clube, agindo como verdadeiros predadores.