Athletico e o bolo do centenário. Sem cereja?

Se o Athletico está tratando a classificação para a Libertadores como a cereja do bolo do seu centenário, seria recomendável mandar o confeiteiro esperar.
É que depois da fracassada campanha paulistana na qual de nove pontos ganhou apenas um (São Paulo 1 s 1, Corinthians 0 x 1 e Palmeiras 0 x 1), o bolo a ser ofertado pode acabar sendo um mero pão-de-ló.
A vaga na Sul-Americana é o que deve restar. O mesmo torneio que já ganhou duas vezes, e é tratado pelo seu presidente Mario Celso Petraglia como uma “segunda divisão continental”.
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De imediato, quero dizer o seguinte: o Furacão não está sendo eliminado pelos outros, mas se autoeliminando pelos mais diversos motivos que ele próprio criou.
É cômodo e simplório culpar o treinador Wesley Carvalho, reduzindo-o a estagiário e pedindo a sua saída. Embora não seja o técnico do sonho de nenhum atleticano, Wesley concorre com a mínima culpa que qualquer outro treinador concorreria.
Não é fácil para um treinador perder o melhor atacante do Brasil (Vitor Roque) e ter que buscar solução e reposição com Pablo, William Bigode, Rômulo e Arriagada. Com Cacá e Kaíque Rocha, consegue-se tornar a zaga mais negativa do que era com Pedro Henrique e Zé Ivaldo.
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O motivo principal dessa ameaça concreta de autoeliminação foi que na saída de Felipão outorgou-se poderes absolutos para Marcio Lara e Alexandre Mattos. Aquele é incapaz como dirigente, e Mattos é empresário dentro do próprio clube, presumindo ganhar no que compra e no que vende. O resultado foram os estragos provocados pelos dois no ambiente e as contratações de Bruno Peres, Vidal e William Bigode que mereciam uma “CPI”.
Petraglia reassumiu a presidência. Alguma coisa deve fazer. Há 18 pontos a serem jogados. Embora já não dependa de si, o Athletico pode se classificar. Dinheiro para comprar cerejas, presume-se, não está faltando. É o momento em que o futebol reclama a atuação do dirigente e a sua capacidade de gestão.