Opinião

Athletico e Coritiba: o preço do profissionalismo

Petraglia.

Em um ponto todos nós concordamos: o futebol não é para amadores, é para profissionais. O significado de amador nessa conclusão não é o dirigente despreparado, mas, aquele que é idealista, cujas decisões, em regra, esquecem da razão.

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Mas qual o conceito de profissional no futebol? Quando foi eleito presidente do Coritiba, o falecido Renato Follador deu a chave do futebol para José Carlos Brunoro e um salário de R$ 200 mil por mês. Depois de cinco meses e a humilhação da exclusão do Estadual em Paranaguá, o Coritiba teve que demitir Brunoro.

A solução foi a de destacar Vilson Ribeiro de Andrade e Osiris Klama para comandar o futebol. Com um advogado e um dentista, o Coxa voltará ao Brasileirão. Com Brunoro, corria o risco de ir para a Terceira.

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Não há executivo no futebol brasileiro igual a Mario Celso Petraglia, CEO do Athletico. A execução de suas idéias, às vezes, até à frente do tempo, transformaram o Furacão em um grande exemplo. Quando acertar as contas e afastar a indisponibilidade do patrimônio do clube, terá sido o maior executivo da história do futebol em relação à administração e gerência.

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No entanto, como dirigente do resultado dessa administração que é o futebol, Petraglia corre riscos desnecessários que, às vezes, o tornam irresponsável. O que tem de lucidez para a gerência do clube, tem de imprudência quando se trata de futebol.

Quero dizer que não me conformo com essa contratação de Alberto Valentim. Quando trouxe Fernando Diniz e, não querendo demiti-lo, afirmou que “iria com ele para a Segundona”, pensei que o cartola tinha se convencido de que o cargo de treinador é coisa séria. Mais, ainda, em um clube como o Athletico, que para manter o equilíbrio financeiro, prefere formar uma estrutura com apostas que rende em um dado momento.

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O que levou Petraglia a contratar Alberto Valentim? A falta de consciência de que a estrutura física, o método de comando, a gerência não são o bastante para repercutir em vitória. Nada substitui a prestação humana, no caso, um técnico com a capacidade de organizar um time, virtude da qual decorre a confiança dos jogadores.

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Há quem diga que Paulo Autuori é bem remunerado para tratar dessas coisas. A escolha de Valentim foi ato exclusivo de Petraglia. Ignorando os fatos e as opiniões, preferiu trazer Valentim com quem começou a sua função de executivo em 1997.

Por essas é que nunca esqueço de que Petraglia afirmou certa vez que não gosta de futebol. Mas, em 26 anos, já deveria ter aprendido um pouco.

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