Opinião

Athletico contra o Peñarol e contra Petraglia

Da monumental Baixada, em Curitiba, ao místico Centenário, de Montevidéu, para o Athletico, é um pulo só. Contra o Peñarol, um empate, ou até uma derrota por 1 a 0, já será o bastante para ir disputar o seu bicampeonato da Sul-Americana. E, então, a torcida do Furacão, que Petraglia impede de entrar na Baixada, terá todos os caminhos abertos pelo ar, por terra e pelo mar para ir até Montevidéu torcer por sua paixão.

continua após a publicidade

Mário Celso Petraglia tornou o Athletico temperamental e, por isso, não é fácil explicá-lo. Não é possível entender o fato de que voltando a vencer no Brasileirão, decidindo a Sul-Americana como favorito, e classificado para jogar a semifinal da Copa do Brasil contra o Flamengo, Petraglia motive o Furacão a entrar em conflitos, inclusive judicial, com a sua torcida.

O leitor deve ter percebido que não escrevo sobre o jogo contra o Peñarol. Petraglia consegue desviar a atenção do essencial que é o jogo. É um jogo sem segredos se o Furacão jogar o que está jogando, com um elemento imprescindível: nunca se despreze um time uruguaio. Em especial, contra o Peñarol, que carrega um histórico de vitórias improváveis e conquistas já perdidas.

O Athletico é superior ao Peñarol, e pode perder até por um a zero. São privilégios que precisam ser ponderados. Geninho, o maior técnico da história do Furacão, antes da final de 2001, em São Caetano, lembrou que as vantagens de um regulamento só valem depois que o jogo termina, e desde que o seu time tenha ganho.

continua após a publicidade

Há frases que estão na história como lições definitivas, sempre lembradas. Sepp Herberger, técnico da Alemanha, antes da final da Copa de 1954, provocado para explicar como iria derrotar a poderosa e invencível Hungria de Puskas, disse: “A bola é redonda e o jogo tem 90 minutos, tudo mais é pura teoria”.

Alemanha 3 x Hungria 2, operando-se o “Milagre de Berna”.

Mas será que a torcida rubro-negra poderá ir ver o Furacão em Montevidéu?  Se isso ficasse na esfera de sua arbitrariedade, Petraglia fecharia os 1.069 km de fronteira com o Uruguai, desde a tríplice fronteira (Brasil-Argentina-Uruguai), até o nosso extremo sul, o Arroio Chuí.

continua após a publicidade
Exit mobile version