colunas e Blogs
Augusto Mafuz
Augusto Mafuz

Augusto Mafuz

Opinião

O Athletico e as “mil cabeças cortadas” para chegar até aqui

Por
Augusto Mafuz
18/11/2021 16:04 - Atualizado: 04/10/2023 17:13
O Athletico e as “mil cabeças cortadas” para chegar até aqui
| Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois Esportes

Os ingleses não precisam de ordem constitucional escrita e codificada para ser o povo que mais preza e respeita as leis no mundo. O seu Direito Constitucional foi construído com as tradições normativas da Inglaterra. Mas, para isso, foi preciso rolarem mais de mil cabeças humanas na Revolução Puritana de Oliver Cromwel (1641 e 1649).

No Brasil, a Independência, por Pedro I e a República, por Deodoro da Fonseca, para serem proclamadas não precisaram de um único tiro. Da Independência para cá, o povo brasileiro ganhou sete constituições: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. No entanto, entre os povos de países democráticos e emergentes, o do Brasil é o que menos respeita as leis. Boa parte dessa cultura é por ter se tornado independente e republicano sem precisar sofrer.

Só clicando aqui você leva: Álbum Histórico e, se o Furacão levar a Sula, pôster do tamanho de uma TV 24 polegadas + brinde surpresa!

Pode ser um excesso, mas trato desses momentos históricos para enfrentar uma questão esportiva. Há quem indique essa final da Sul-Americana, em Montevidéu, como o exemplo da nova ordem do futebol brasileiro: Red Bull Bragantino e Athletico seriam as referências para o futuro que estaria indisposto em suportar o modelo associativo.

A comparação é injusta. O filósofo alemão Nietzsche, ao tratar sobre a afirmação da vida, ensina que "O valor duma coisa consiste muitas vezes não no que se ganha ao adquiri-la, mas sim no que se faz para obtê-la".

O Bragantino ganhou independência, sem precisar de passado. O único valor que tinha era uma vaga na Segundona nacional, que a vendeu por dinheiro estrangeiro. Sem torcida, perder ou ganhar é irrelevante. A longo prazo, quando o capital energético já estiver satisfeito, sem passado para lhe proteger, voltará a ser o que era.

A vida do Athletico nunca foi fácil. Para ser o que é precisou conhecer a pobreza, sustentando-se do idealismo e do sacrifício pessoal de sua gente. O Furacão é a prova de que paixão pura consolida os valores, que sustentam e permitem a execução ambiciosa da grandeza material e esportiva.

O Athletico tem a Baixada, que é a mais bonita arena do Brasil; o Caju como o mais completo centro de treinamentos; tem uma gestão administrativa incomparável, o que resulta em conquistas e disputas no campo. Embora tudo tenha exigido investimentos de milhões, nada seria possível e nada teria propósito se não fossem “as mil cabeças cortadas” durante os 97 anos de vida.

Veja também:
Balanço da janela: quem chegou e quem saiu do Athletico
Balanço da janela: quem chegou e quem saiu do Athletico
Após diretor prometer "plantel mais robusto", Coritiba termina janela com três contratações
Após diretor prometer "plantel mais robusto", Coritiba termina janela com três contratações
Qual Nikão volta ao Athletico? Jornalistas avaliam passagens por São Paulo e Cruzeiro 
Qual Nikão volta ao Athletico? Jornalistas avaliam passagens por São Paulo e Cruzeiro 
Grêmio x Cuiabá: escalações prováveis, como assistir, data e horário
Grêmio x Cuiabá: escalações prováveis, como assistir, data e horário
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
A volta de Nikão: muitas dúvidas e uma certeza
Opinião

A volta de Nikão: muitas dúvidas e uma certeza

Athletico perde em Porto Alegre e Osorio não era o técnico
Opinião

Athletico perde em Porto Alegre e Osorio não era o técnico

O Brasileirão começa a apresentar “o pior futebol do mundo”
Opinião

O Brasileirão começa a apresentar “o pior futebol do mundo”