Provocado a manifestar-se sobre a contratação de Arturo Vidal, Fernandinho respondeu com uma dúvida: “Será que a gente precisa mudar o nome para Asilo Athletico Paranaense?”. O craque adotoureferências como ele próprio (39 anos), Vidal (36 anos), Thiago Heleno (34 anos) e Willian Bigode (35 anos).

Tratando-se da grandiosidade de Fernandinho como ser humano e profissional, não se pode fazer qualquer outra interpretação ou dar qualquer outro tom na resposta a não ser o de espirituoso para quebrar a tensão de vestiário após a derrota para o Flamengo na Copa do Brasil.

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No entanto, há respostas despretensiosas como essa que tem o poder de provocar questões sérias. A contratação de um jogador veterano sugere imediatismo, princípio que o Athletico sempre recusou em adotar, preferindo um projeto pensado e executado com o tempo.

De imediato, ignoro a questão de idade como fator de análise em qualquer atividade, embora na prática de qualquer esporte ela tenha que ser superada pela condição atlética.

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Fernandinho não é um exemplo para essa análise,  por ser excepcional no físico, na técnica e no pensar. Mas um jogador comum já deve ser esperado com reservas. Arturo Vidal é um exemplo deles.  

Na Europa, no Bayer de Munique e no Barcelona, em especial, tinha as funções limitadas a marcar no meio, cobrir os lados e proteger a defesa. Era um tempo em que jovem tinha força e fôlego para exercer essa função. Quando foi dispensado da Inter de Milão já não conseguia ser um servidor dessas virtudes. No Flamengo, parecendo em férias, foi um fracasso.

Na oração de sua apresentação no Athletico deixou uma esperança. Orgulhoso e vaidoso como todo o grande jogador que retarda o final de carreira,  afirmou que “será a melhor versão de Vidal no Brasil”. O orgulho ferido faz o homem se autooprimir. Daí, reagindo, pode voltar ao que era.

De repente, Vidal como solução imediata pode contrariar toda a filosofia adotada pelo Athletico que é a não de submeter-se às soluções de urgência que, no futebol, são carregadas de dúvidas.