Opinião

Antônio Carlos Zago e como se revela um covarde

Por
Augusto Mafuz
26/06/2023 20:26 - Atualizado: 05/10/2023 10:00
Antônio Carlos Zago.
Antônio Carlos Zago. | Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

A razão tem limite. Uma coisa é tê-la, a outra é exercê-la como instrumento de defesa ou de debate. Quando é usada de forma abusiva, esvazia-se. Deixa de ser razão. E, então, aquele que era o seu titular, torna-se um oportunista, transforma-se em um covarde.

É o caso do treinador Antônio Carlos Zago, do Coritiba. Em tese, tinha razão para se fazer uma censura aos jogadores, depois da goleada para o Grêmio por 5 a 1. No entanto, o que ele supõe ser a sua razão, perdeu-a por dois motivos: a crítica foi pública, ofensiva, e o mais grave, sob descontrole emocional. Zago foi um covarde.

+ Confira os próximos jogos do Coritiba no Brasileirão

Primeiro: aproveitou-se de um estado de fragilidade pessoal e emocional dos jogadores, em um ambiente de depressão, como é o do vestiário de um time que sofre uma goleada por 5 a 1. Segundo: acusou de forma pública os jogadores da “falta de alma”. Essa expressão no futebol significa que o jogador é indiferente às suas obrigações, despreza e ignora os interesses do clube. Poderia até especular sobre a “alma” dos jogadores, mas deveria fazê-lo internamente. De público, constrangeu-os e humilhou-os perante à torcida e à própria sociedade.

Terceiro: ao transferir a responsabilidade integral para os jogadores e para a diretoria institucional, Zago mostrou que o caráter profissional não se dissocia do caráter da própria pessoa. Não há um ou outro. É um único. Quem não tem respeito no exercício da profissão, não o tem fora dele.

+ Veja os melhores momentos de Grêmio x Coritiba

O que pretende é não participar com a sua culpa específica da rotina de fracassos. Só que ela existe, é objetiva e grande. De memória curta, esquece que, quando foi contratado, afirmou que com esse grupo de jogadores era possível fugir do rebaixamento e com reforços ir à Sul Americana.

Quarto, o último: o mais grave é que Zago fez o papel da Coritiba SAF. Ao criticar os jogadores, quis isentar o novo patrão de responsabilidade pelas contratações. A prova é que o discurso do treinador foi avalizado publicamente por Artur Moraes, diretor de futebol, que se tornou o seu parceiro de covardia.

Zago é o exemplo de que um treinador não é só covarde quando ordena o time na retranca.

Veja também:
Mesmo com um a menos, Maringá vira o jogo contra o Confiança e cola no topo da Série C
Mesmo com um a menos, Maringá vira o jogo contra o Confiança e cola no topo da Série C
Pleno do TJD-PR dá punição para responsável por seis substituições em jogo do Paraná Clube
Pleno do TJD-PR dá punição para responsável por seis substituições em jogo do Paraná Clube
Mozart rebate críticas após derrota do Coritiba: "Aqui você perde e está no inferno"
Mozart rebate críticas após derrota do Coritiba: "Aqui você perde e está no inferno"
Apagão generalizado do Coritiba torna mais difícil de entender o novo futebol brasileiro
Apagão generalizado do Coritiba torna mais difícil de entender o novo futebol brasileiro

Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

twitter
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
"Os Pulhas" veem o Athletico empatar com o Brusque. E logo virão os otários
Augusto Mafuz

"Os Pulhas" veem o Athletico empatar com o Brusque. E logo virão os otários

No Athletico, quando Petraglia vai assumir as suas culpas?
Augusto Mafuz

No Athletico, quando Petraglia vai assumir as suas culpas?

Thiago Zraik, um "Pescador de Amigos". Andou, andou, andou, e foi embora
Augusto Mafuz

Thiago Zraik, um "Pescador de Amigos". Andou, andou, andou, e foi embora

Antônio Carlos Zago e como se revela um covarde