Provocado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público de Goiás sobre a citação do seu nome no escândalo das apostas, Alef Manga, o ídolo dos coxas, poderia afirmar o que pregava: inocência. No entanto, surpreendendo, adotou o silêncio.

Inocentes foram os torcedores e incapaz foi a diretoria do Coritiba. Ninguém pelas bandas do Couto soube medir a extensão do silêncio de Manga perante o agente ministerial.

Ao contrário, os cartolas interpretaram o silêncio como um elemento a favor de Manga, vejam só. Reintegrando-o, autorizaram o técnico a escalá-lo contra o Palmeiras, vejam mais. Com um gol, passou a ser tratado como vítima do sistema, era o que faltava.

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Agora, tornado público o extrato bancário do goleador, há prova material de que R$ 45 mil foram depositados a seu favor pela máfia das apostas para pagar o cartão amarelo contra o América-MG.

Confirmado o ilícito, a conduta de Alef Manga poderá ser julgada como um dos casos de maior gravidade entre os que foram denunciados pela operação “Penalidade Máxima”. É que pode ser interpretado que nessa conduta não só houve má-fé, antes do fato (aceitação da proposta), como a sua execução (recebimento do amarelo), e como durante todo o período de afastamento prega ser vítima, induzindo os torcedores e o Coritiba a elaborarem um juízo de sua inocência.

Desconfio que o futuro de Manga no futebol já pode ser antecipado.