Triste constatação

Diante da divulgação de que o Paraná depende de empresários para formar um time de futebol, o vice de finanças do clube, Celso Bittencourt, atacou a gravação da entrevista publicada ontem nesta Gazeta do Povo (com áudio na versão online do jornal). Segundo ele, não havia o consentimento.

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A afirmação soa no mínimo estranha. Sendo que o jornalista o entrevistou pessoalmente, o dirigente tem duas opções: ou não conhece um gravador digital, colocado em cima da mesa, ou acreditou que o jornalista só queria uma lembrança da entrevista. Duas hipóteses difíceis de acreditar.

Após tantas pessoas que passaram pela diretoria do Tricolor e o prejudicaram, até com a boa fé de ajudar (mas no final se tornando credor do clube), Bittencourt assumiu um trabalho digno dos 12 de Hércules. Não é à toa que, se tivesse mais um ano de clube, poderia se candidatar a presidente e seria o sucessor natural de Aquilino Romani. Só é de se estranhar o dirigente querer dissipar um assunto tão importante desta forma.

Honesto como sempre mostrou ser, o vice de finanças assumiu que o Paraná precisa dos empresários. Como todos os outros times que não tem contratos polpudos com a televisão. O problema é a necessidade de diminuir gradativamente isso para não ficar refém em casos como o de Júnior Urso. Isto – e não as declarações registradas de forma lícita, no exercício da profissão de jornalista — deveria ser a preocupação da torcida paranista.

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Nota do editor: 1) uma conversa, do ponto de vista jurídico, pertence às pessoas envolvidas nela. 2) Quem fala com jornalista, concede entrevista. 3) Quem fala com jornalista com gravador à frente, precisa assumir o que disse. 4) A entrevista com o vice de finanças ocorreu no dia 15/9. Algo mudou neste curto período?

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