Presidente, defina rompimento

Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Já faz quase dois dias que Jair Cirino deu entrevista sobre os episódios de domingo, no Couto Pereira. E já faz quase dois que nem ele nem ninguém do clube explicou o grau de rompimento entre Coritiba e Império Alviverde. Por ora, parece mais um ato como tantos outros da atual diretoria: muito impacto, pouco resultado.

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Romper com a Império é desalojar a organizada da sua sede, anexa ao estádio Couto Pereira.

Romper com a Império é processar a torcida pelos danos causados ao estádio e ao clube, fazer com que a facção pague pelo estrago, já que claramente pelo menos 90% de quem invadiu o campo era da organizada.

Romper com a Império é proibir a entrada de adereços da organizada dentro do estádio, quando este puder voltar a receber jogos de futebol.

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Romper com a Império é assumir claramente uma postura pelo fim das organizadas – Olympio de Sá Sotto Maior Neto, conselheiro do clube, é procurador-geral do Ministério Público Estadual, o órgão que deve tomar a frente neste processo.

Romper com a Império é, como brilhantemente sugeriu Erich Betting, em entrevista quarta-feira a essa Gazeta do Povo, cobrar royalties da organizada pelo uso do nome e da marca do clube.

Romper com a Império é arrancar qualquer vínculo financeiro, empregatício ou de qualquer gênero entre o clube e a organizada.

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Isso é romper com a Império. Não o simples discurso sem maiores explicações, que mais parece o infantil belém-belém, nunca mais fico de bem. Daqui a pouco, só falta darem os dedos mindinhos para fazer as pazes de novo.

Osvaldo fala

Já deveria ter escrito isso na segunda-feira, mas esses episódios envolvendo o Coritiba definitivamente tornaram um caos a semana por aqui. No começo da tarde se segunda-feira, recebe um telefonema de Osvaldo Dietrich, a quem citei no post abaixo. Conversa superamistosa, sem cobrança ou ameaça, apenas com a versão do Osvaldo sobre o que ocorreu domingo.

Diz ele que:
– Entrou no gramado primeiramente para evitar o massacre ao massagista do Fluminense, lá pela lateral do campo, na frente da Mauá. Ali, teria levado um chute por trás de um segurança, a quem respondeu: “Pare, senão será pior para vocês”;

– Próximo ao túnel do juiz, atendendo pedido do atacante Fred para acalmar a situação, tentou tirar o time do Fluminense de campo. Como resposta, teria ouvido um palavrão de Cuca e a recomendação para “tirar sua torcida do campo, pois com o Fluminense a gente se preocupa”;

– Já próximo ao setor da torcida do Fluminense, admite ter partido para cima de um segurança de Curitiba que geralmente atende equipes visitantes. Motivo: ele teria agredido aquele torcedor do Coritiba espancado por tricolores, que estava caído na maca. “Fui para cima mesmo”, reconheceu;

– No fim, sobre a imagem em que aparece dando um rodo em um torcedor do Flu, Osvaldo diz que este torcedor havia agredido um segurança do Coritiba. Osvaldo, nas suas palavras, teria se comunicado visualmente com dois policiais e sua intenção era agarrar o tricolor, mas acabou passando o rodo.

Reproduzo o que o Osvaldo falou por questão de princípio, pelo direito que ele tem de dar sua versão. Ainda assim, não mudo uma vírgula daquilo que escrevi. Já deu para o Osvaldo no clube.

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