Depois de 12 anos, o campeão paranaense não será definido em uma final, mas sim em um torneio todos contra todos. Particularmente, sou contra. Os estaduais são tão sacais e cheios de times inúteis que a final acaba sendo uma espécie de redenção após suportar tanto futebol de baixa qualidade.
Quem certamente está sorrindo é o Paraná. Desde que o Tricolor foi fundado, em 1989, todos os estaduais decididos em pontos corridos (seja de cabo a rabo ou só na fase final) foram vencidos pelo time das Vilas.
Foi assim no pontos corridos de 91; nos quadrangulares de 93 e 94 e no octogonal de 97. Talvez seja uma questão genética. O Pinheiros (a metade azul do Paraná) conquistou dois títulos estaduais da Primeira Divisão, em 84 e 87. O primeiro em um quadrangular, o segundo em um hexagonal.
Faço todo esse preâmbulo para apresentar o vídeo abaixo, que descobri ontem no Youtube. É um compacto do jogo que decidiu o Estadual de 94, Paraná 1 x 0 Londrina, na Vila Olímpica.
O gol saiu bem no finalzinho, marcado por Ney Júnior, o substituto de Saulo, na época atuando em São Paulo. O Tricolor ainda tinha Adoílson, João Antônio, Paulo Miranda despontava. No Tubarão, Júlio César (que pegou um pênalti de Adoílson), Cambé, Agnaldo (o mesmo que jogaria no Grêmio e no Fluminense e ganharia asugestiva alcunha de Agnight). A narração é do Fernando Gomes, pela Rede OM (hoje CNT). Depois tem matérias sobre o título.
Outro recorte de 1994: Paraná 4 x 0 Coritiba, no Couto Pereira. Durante a semana, Norberto, volante do Coxa, disse que venceria o clássico. Saulo respondeu no mesmo nível. A cidade se mobilizou, o Couto ficou lotado, uma festa linda das duas torcidas. No fim, o resultado refletiu a diferença técnica entre os dois animadores do clássico.