O jabá no futebol

O árbitro de Santos e Atlético, o sr. Francisco Carlos Nascimento, mostrou nesse jogo a pior faceta das pessoas com pequenos poderes.

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Não digo dos erros, possíveis erros, rigor sem critério ou coisa desse nível durante a partida. Estou me referindo ao fato de ele pedir a camisa de Neymar.

Receber mimos, jabás ou presentes – chame como quiser — é algo reprovável em várias profissões, inclusive os juízes de futebol.

O motivo parece óbvio, mas melhor reforçar: ao dar/receber um benefício (por menor que seja) cria-se um desvio na relação. Fica a dívida por um gesto nem sempre amigável ou a impressão de que se vendeu.

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Jornalistas, por exemplo, são normalmente alvos dessas armadilhas. Não são poucos os colegas de trabalho que se deixam seduzir por brindes, jantares, convites para frequentar bares, camisas de time, churrascaria e até viagens de primeira linha.

Muitos médicos também, lamentavelmente, mantêm uma relação complicada com a indústria farmacêutica e laboratórios. Enfim, independente de profissão, trata-se de algo enraizado na cultura do “esquema”.

Quem não sabe refutar as ‘vantagens’ indevidas, defende-se dizendo que seria chato, deselegante e (“imagine…”) jamais alguém poderia comprá-lo com pequenezas.

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Será o mesmíssimo discurso do árbitro para explicar o deslize de pedir uma camisa do ídolo.

É bom lembrar que muitos clubes evitam o constrangimento dos árbitros e deixam o kit uniforme dentro do vestiário, sem publicidade. É o chamado jabá obrigatório. Pela lógica enviesada, quem não o faz, dança.

PS: a Gazeta do Povo, através de normas internas seguidas à risca na editoria de Esportes, não aceita que os jornalistas recebam presentes de suas fontes.

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