O Boca viu a luz


Palermo comemora o segundo gol na branca Bombonera.

Que o futebol bem jogado do Cúcuta me desculpe, mas só mesmo uma final entre Grêmio e Boca Juniors poderia salvar a Libertadores deste ano. Tricolores e xeneizes são, ao lado do Peñarol, os times que melhor traduzem o espírito do interclubes mais bacana do planeta.

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A determinação a cada lance, a vocação para transformar botinudos esforçados em deuses da raça, as história de superação, a paixão sem limites de seus torcedores. Tudo está na mesma medida na vitoriosa receita da história dos dois clubes.

Se o Grêmio reverteu duelos aparentemente perdidos nesta Libertadores, o que o Boca fez até aqui é sacanagem.

Na primeira fase, com três duelos na altitude, abriu mão de mandar seus principais jogadores para o alto da montanha. Tinha certeza de que resolveria tudo em casa – ou melhor, no José Amalfitani, no Velez, já que a Bombonera estava interditada.

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E resolveu. Venceu Toluca e Cienciano em Buenos Aires, trouxe um ponto de La Paz. Quando recebeu o Bolívar na rodada final, precisava de três gols para não depender do duelo entre mexicanos e peruanos. Fez os três gols no primeiro tempo. Com mais três, fugiria no Necaxa, novamente na altitude, e pegaria o vizinho Velez. Fez outros três no segundo tempo. Meteu mais um de lambuja.

Contra o Velez, tocou 3 a 0 na Bombonera. Cedeu um 3 a 1 no Amalfitani.

Diante do Libertad, novamente jogou no limite. Empatou por 1 a 1 em casa, e quando todos imaginavam que o Boca estava acabado, os xeneizes garantiram a vaga no Defensores del Chaco: 2 a 0.

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Nesta quinta-feira, mais um capítulo da imortalidade boquense. Tudo estava contra: a derrota por 3 a 1 na Colômbia; a vocação do Cúcuta para jogar no contra-ataque; e até o nevoeiro que atrasou e quase adiou o jogo na Bombonera.

No fim, o Boca sobreviveu. Fez 3 a 0. Como definiu brilhantemente a edição digital do Olé, viu a luz. Talvez o Grêmio também veja. Mas deve tomar cuidado. Pode ser a luz da locomotiva xeneize atropelando mais uma vítima em uma das Libertadores mais chatas dos últimos anos, mas que terá a final mais inesquecível de todos os tempos.

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