Leão, o agricultor!

Albari Rosa / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Meu pai me ensinou a não falar mal das pessoas gratuitamente. Os caminhos profissionais e me levaram ao jornalismo esportivo e nele os conselhos do meu pai ganhavam ainda mais importância.

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Por exemplo, não é legal você meter o pau em um lateral-direito que não joga porcaria nenhuma em determinada partida. Normalmente não temos conhecimento do todo, ou seja, ele podia não estar em um dia bom. Talvez com problemas em casa (descobriu que é corno) e dificuldades financeiras (não sabe o que fazer com tanto dinheiro).

Talvez problemas inimagináveis ou incompreensíveis para quem apenas vai ao estádio pagando R$ 50ão e esta acomodado numa cadeira de arquibancada (degustando uma pipoca fria, um churros gorduroso e um refrigerante de R$ 3). Aquilo que o jogador chama de futebol é o seu “ganha pão” e devemos partir do pressuposto que ele tenta sempre dar o seu melhor, embora as vezes não consiga fazê-lo.

Desde que meu velho me deu essa letra, passei a segurar a vontade de detonar um cabra ruim de bola. Inclui isso nos meus conceitos e decidi dar ao “alvo” de minhas críticas o direito de trabalhar em paz.

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Todo esse introdutório, entretanto, não se aplica a um senhor chamado Emerson Leão. Digo, sem medo de parecer injusto e sem desrespeitar meu velho, que o infortúnio desse senhor no futebol é motivo de certa alegria para mim. E, me arrisco a dizer, para muita gente que já cruzou com ele por esses campos da vida.

Já testemunhei o desprezo, a arrogância, a falta de educação básica, de respeito e de jeito deste treinador com a imprensa. Quando fui repórter de rádio, já o entrevistei algumas vezes e tentei outras tantas. Já recebi o seu olhar fulminante de ódio no gramado da Arena e fui testemunha de sua grossura com companheiros de reportagem em entrevistas coletivas.

Isso tudo sem falar das inúmeras histórias e relatos colhidos ao longo dos anos vindos de outras praças. Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e, mais recentemente, Goiás. No Brasileirão deste ano, Leão só levou fumo. Comanda o único time que não somou nenhum ponto na competição e já deu declarações polêmicas, reclamando da falta de reforços e perseguição da imprensa.

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Pelo andar da carruagem (apesar de ter dado apenas dois passos dos 38 previstos) o time de Goiás vai penar no Brasileirão. Além de um time limitado, tem um treinador desagregador e malquisto por onde passa.

Se ele é bom profissional, conhece de táticas e conquistou títulos, pouco me importa. É, por dever de ofício, sua obrigação. Mas para alguém que já semeou tanta discórdia e não tem o mínimo de respeito com o próximo (que, assim como ele, esta apenas desempenhando o seu trabalho), colher meu desprezo é consequência natural. Certamente isso não mudará nada na rotina dele, mas na minha garante momentos de uma certa alegria maldosa. Quem planta, colhe.

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