Alguém como Bruno merece uma nova chance no futebol? Você torceria por ele?

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Bruno evitou perguntas sobre questões criminais durante coletiva para assinatura de contrato com o Boa.

O goleiro Bruno, ex-Flamengo, fechou um contrato de dois anos com o Boa Esporte, de Varginha, Minas Gerais. O jogador, que deixou a prisão há duas semanas, anunciou o acerto nesta sexta-feira (10), com a camisa da agremiação mineira que vai jogar a Série B. Na terça (14) falou como reforço da agremiação (veja vídeo).

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Bruno durante apresentação como jogador do Boa.

Aos 32 anos, ele está em liberdade graças a um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, proferido pelo ministro Marco Aurélio Mello. Ele é considerado culpado pelo homicídio, sequestro e cárcere privado da modelo e ex-namorada Eliza Samudio. Foi condenado em primeira instância a 22 (vinte e dois) anos e 3 (três) meses de reclusão. Ficou menos de 1/3 da pena em detenção.

Todo criminoso merece retomar uma vida em sociedade, mas a profissão de Bruno é inconciliável com o ato tenebroso que ele está envolvido. Não parece razoável que ele vai ser aplaudido, tornar-se ídolo, encher de orgulho os fãs do pequeno time do interior de Minas. Ao contrário. Causará repúdio.

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Bruno será perseguido em todos os estádios que jogar. Será vaiado, hostilizado, talvez até precise de reforço policial para algumas inserções pelos campos da Segundona. Virou a imagem clássica do machão covarde, cruel.

Sua inclusão no meio do futebol se torna uma desonra para os boleiros. Muito provavelmente o Boa terá dificuldades para trazer jogadores a partir de agora, justamente pelo incômodo que tal figura vai provocar no meio esportivo. Inclusive, enfrenta a debandada geral dos patrocinadores.

Quem o contratou não pode estar pensando em resultado técnico, pois Bruno não joga regularmente desde a sua prisão há seis anos e sete meses. Na verdade existe uma possibilidade lógica: chamar a atenção. Mais um agravante para esse erro.

O goleiro, claro, tem direito a ser ressocializado. E viver sua presunção de inocência (até o julgamento final) em paz. Assim como a sociedade está correta em não aceitá-lo mais como uma pessoa pública, um atleta. Poderia ser um preparador de goleiros, por exemplo, deixando holofotes.

Alguém consegue imaginar um ser humano com a história de Bruno no seu clube amado? Difícil. Mesmo em campo adversário, como será na Série B, a partir de maio, ele é figura inconveniente. Jamais irá passar a imagem de alguém recuperado ou em recuperação.

A morte de Eliza Samudio é o retrato da covardia mais cruel, inaceitável. Bruno nunca pediu perdão, desculpas à família. Não passa a imagem de arrependimento.

Mais de 30 mil pessoas assinaram uma petição, lançada pela organização Somos Todos Vítimas Unidas, para que ele não volte a jogar futebol profissionalmente – exatamente pregando que ele não pode ser mais admirado como boleiro. Faz sentido.

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