Desespero ou precaução?


Saudades de ver a Arena lotada de torcedores Rubro-Negros

Não é por nada, mas se eu fosse de freqüentar estádios de futebol, neste caso em jogos do Atlético Paranaense, eu me sentiria desconfiado com a repentina bondade da diretoria atleticana. Diante de uma campanha, em geral, decepcionante – principalmente se considerarmos que o time está prestes a ser desclassificado daquele que seria seu principal objetivo no primeiro semestre – a diretoria do Furacão resolve abaixar o preço dos ingressos para atrair o seu apaixonado torcedor de volta para as cadeiras da Kyocera Arena.

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Em “guerra” com a torcida há algum tempo (apesar de negar publicamente essa guerra), a diretoria viu-se obrigada a apelar para seu maior patrimônio para tentar fazer ressurgir aquele que era seu maior trunfo, ou seja, a força e pressão das arquibancadas. A briga já teve vários capítulos, desde a famosa entrevista de João Augusto Fleury (que mandou alguns torcedores para os “bairros de onde nunca deveriam ter saído”), passando pela proibição dos instrumentos musicais e pela mudança de lugar da torcida “Os Fanáticos”, até os sucessivos aumentos nos ingressos.

Ao final da partida deste fim de semana, quando o Atlético acabou empatando em 1 a 1 com o Paranavaí, o presidente Mario Celso Petraglia veio a público para dizer que os jogadores fizeram um apelo para que a diretoria fizesse promoções de ingressos para o jogo desta quarta-feira contra o Vitória-BA, válido pelo jogo de volta da Copa do Brasil.

Quando os preços dos ingressos para jogos na Kyocera Arena subiam, o presidente Petraglia tentava se explicar dizendo que os aumentos se justificavam pela qualidade do produto que se vendia. Ou seja, o torcedor pagava um preço justo para ver um time montado para ser campeão e de alto nível.

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A pergunta agora é simples: O ingresso ficou mais barato porque o nível do time baixou? Pelo time de 2001 ou de 2005 valia a pena pagar R$ 30 (mesmo sabendo que os ingressos eram mais em conta naquela época). Para ver o time de 2007 não vale a pena?

É claro que isso é uma provocação, mas me preocupo quando medidas como esta só sejam tomadas quando a corda aperta no pescoço.

O time do Atlético tem uma boa “espinha dorsal”, com Marcão, Alan Bahia, Ferreira e Alex Mineiro. Arrisco a dizer que com a casa cheia o Furacão tem plenas condições de marcar os gols que precisa para avançar na Copa do Brasil, mas depois os ingressos voltam a custar “30ão” e quem paga o pato, como sempre, é o torcedor.

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