Análise

Coronavírus suspende o futebol. O que vai acontecer a partir de agora?

E agora? A pandemia do novo coronavírus já suspendeu todas as competições nacionais e internacionais. Nesta segunda-feira (16), a Federação Paranaense de Futebol deve anunciar a interrupção do Estadual por tempo indeterminado. Como, segundo todos os especialistas, ainda estamos longe do auge do contágio no Brasil, essa parada pode demorar mais do que imaginamos.

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Na quarta-feira (11), escrevi sobre o assunto. Houve quem achou ser alarmismo, mas quem acompanha o futebol mais de perto foi notando as coisas. Não fui só eu, tenham certeza. As atitudes das federações europeias, as grandes ligas mundiais (NBA, Fórmula 1), o crescimento geométrico dos casos no Brasil, tudo mostrava que o nosso futebol não ficaria fora desse movimento – mesmo que nossos cartolas sejam perigosamente atrasados. Feito o que deveria ser feito, agora é seguir.

Imediatamente

Neste momento, por mais que alguns lunáticos achem o contrário, o que precisamos fazer é colaborar com o esforço de conscientização das autoridades competentes. Quem puder evitar sair de casa tem que evitar, quem puder continuar produzindo no chamado home office deve produzir, quem puder ajudar a esclarecer que ajude. Tudo mais é secundário.

O futebol brasileiro precisava dar essa manifestação de entendimento do que estamos vivendo com a covid-19. Não somos uma ilha onde as ofensas são permitidas, as agressões são justificadas e doenças não se propagam. Se muita gente seguirá obrigada a encarar ônibus e metrôs para trabalhar, é obrigação que tudo que não for essencial seja interrompido.

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O futuro

Qualquer definição sobre as competições depende de quanto tempo teremos de parada. As entidades vão reavaliar constantemente a situação, mas o que era apenas por uma semana (a primeira manifestação da Conmebol sobre a Libertadores) agora já é por tempo indeterminado (como anunciou a CBF).

Como os calendários, tanto o brasileiro como o internacional, estão inchados, vamos ficar com um dinossauro tentando entrar na casinha do cachorro – muito jogo pra pouca data. Manter as fórmulas atuais parece inviável. A liga italiana foi a primeira a admitir uma fórmula de emergência para decidir um campeonato – fazer semifinal e final no Campeonato Italiano.

Na Itália, onde a situação é grave, já se avalia mudanças para finalizar o campeonato nacional. Foto: Arquivo

O que fazer por aqui? Podemos pensar que a Copa do Brasil seria a competição mais tranquila de resolver. Mas os campeonatos brasileiros das quatro divisões estão pra começar – um mês e meio passa voando. E aí vai ser uma loucura, somando ainda as Eliminatórias da Copa do Mundo, porque não dá pra dizer neste momento se teremos Copa América ou mesmo Olimpíada.

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Jogos sem parar

Como hoje o Brasileirão ocupa todos os dias da semana, encaixar a Copa do Brasil dependerá de quem estiver nas próximas fases após o reinício da competição. Os jogos decisivos, certamente, serão jogados lá pra frente. Mesmo assim, teremos uma rotina insana de partidas.

E o Paranaense? Repito: tudo depende do tempo da suspensão. Mas é possível admitir que uma fase do mata-mata pode não acontecer, e termos apenas semifinal e final. É justo? Certamente não, porque os clubes se organizaram com a classificação de oito times. Mas vivemos uma situação de emergência, e medidas emergenciais podem ser necessárias.

Questão

Meu querido pupilo Guilherme Moreira lembrou de uma questão muito importante: como ficam os clubes menores? Os que participam das séries A e B do Brasileirão estão tranquilos, mas e os outros, que são a imensa maioria? Com a palavra CBF e federações, que fazem bem menos do que deveriam.

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