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Opinião

Chega do racismo do “vai lá negro, joga seu futebol e fica quieto”

Por
Daniel Malucelli
09/12/2020 16:54 - Atualizado: 29/09/2023 21:17
Jogo entre PSG x Istanbul foi adiado após caso de racismo
Jogo entre PSG x Istanbul foi adiado após caso de racismo | Foto: AFP

Sou branco, tenho olhos claros, fui criado em uma família classe média alta. Sou o estereótipo de quem não tem lugar de fala sobre racismo. Nunca passei perto de sofrer preconceito. Exatamente por ter essas características, tive privilégios para exercer a profissão de jornalista.

A atitude de PSG e Istanbul foi histórica e precisa servir de exemplo. Principalmente no futebol. No mundo da bola, o “vai lá negro, joga a sua bola e fica quieto” é normalizado. Quantos casos de racismo já não assistimos passivos, em que a partida segue normalmente depois de algum ato racista como se nada tivesse ocorrido?

Em fevereiro deste ano, o atacante malês Marega, do Porto, abandonou o jogo após a torcida do time adversário imitar sons de macaco. Indignado, deixou o campo, mas os próprios companheiros tentaram evitar que ele fosse para o vestiário. O técnico? Substituiu o atleta e a bola rolou normalmente minutos depois para mais de 20 mil pessoas. Casos assim são comuns no mundo todo.

Já passou da hora acabar. Os jogadores precisam se posicionar drasticamente como fizeram os atletas de PSG e Istanbul na Champions League. Com racismo, não tem espetáculo. Simples assim. Não há margem para continuidade do show.

Nesta linha, é preciso que as estrelas do esporte entendam o seu tamanho fora das quatro linhas. Por isso, Neymar e Mbappé foram precisos ao afirmarem que com o quarto árbitro (que cometeu o ato racista) em campo, não haveria jogo. Foi ali que o boicote tomou corpo. Sinto essa falta de personalidade no futebol.

O melhor exemplo vem da NBA, liga de basquete americana, em que os atletas sabem que são os donos da bola. Em agosto, liderados pelo astro Lebron James, eles boicotaram jogos dos playoffs durante as manifestações Black Lives Matter, que tomaram conta dos Estados Unidos em agosto.

É preciso também combater declarações lamentáveis, como a do técnico português Jorge Jesus, do Benfica, que disse, abre aspas: “Hoje, qualquer coisa que se possa dizer a um negro é sempre sinal de racismo”.

Para essa declaração, a melhor resposta foi dada pelo atacante senegales Demba Ba, do Istanbul, ao quarto árbitro do jogo do PSG. “Você nunca diz ‘aquele cara branco’, você diz ‘aquele cara’. Então por que quando você menciona um cara negro você diz ‘aquele negro ali’?".

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