Bolsa Atleta coloca negros e pobres no pódio da Rio-2016

Cobertura Olimpíada Rio 2016 - ENCERRAMENTO DA OLIMPÍADA - Olimpíadas do Rio de Janeiro 2016, no Brasil. Encerramento da Olimpíada Rio 2016 no estádio Maracanã no Rio de Janeiro

O Brasil é o país da mesada, da ajuda governamental. É esse o retrato deixado pelos anfitriões na Olimpíada Rio-2016.

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À exceção do futebol, por motivos mais do que óbvios, todas as 18 medalhas conquistadas foram de atletas patrocinados pelo Programa Bolsa Atleta – apenas três atletas do vôlei também não faturam o incentivo.

De acordo com os números do Ministério do Esporte, foram investidos R$ 80  milhões neste programa, com 43 mil contemplados, apenas em 2016.

As bolsas concedidas variam de R$ 370 a R$ 15 mil.

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Para quem não gosta de ver os impostos aplicados no setor esportivo, cuidado para não cometer injustiça. Muitos medalhistas vieram de programas sociais, como Rafaela Silva, Robson Conceição (ouro) Maicon Andrade (bronze). E não se pode resumir tudo ao pódio. A aplicação do recurso serve, em tese, para diminuir o ócio e semear valores esportivos à sociedade.

É possível notar que o perfil do medalhista local mudou. Tem gente da favela, negro, pobre, nordestino, não apenas a turma da vela e do hipismo (este nem chegou lá). O Brasil vencedor é mais plural, menos aristocrático.

O primeiro vestígio da mudança veio em Londres-2012, com três pódios do boxe.

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Considerado o maior programa de patrocínio individual de atletas em todo o mundo, o Bolsa Atleta é também um nó para os cartolas, pois toda a grana vai direto para a conta do atleta, sem um dirigente atravessador e com outras prioridades. Aí vem o ippon, para ficar no termo do momento. O atleta é o gestor do recurso e aplica como melhor entender.

Em meio à crise, Ministério do Esporte anunciou nesta segunda-feira (22) que o governo federal manterá o apoio. É a única chance apresentada na Rio-2016 ao esporte olímpico nacional.

Sem a mesada do governo, com os esportistas nas mãos da iniciativa  privada ou das confederações, o Brasil da Rio-2016 seria um fiasco, uma festa exclusiva para a elite.

Os medalhistas do país

Ouro (7)

Rafaela Silva (judô) – Rio de Janeiro-RJ

Thiago Braz (salto com vara) – Marília-SP

Robson Conceição (boxe) – Salvador-BA

Alison e Bruno (vôlei de praia) – Vitória-ES e Brasília-DF

Martine Grael e Kahena Kunze (vela) – Niterói-RJ e São Paulo-SP

Vôlei masculino

Futebol masculino

Prata (6)

Isaquias Queiroz 2x (canoagem) – Ubaitaba-BA

Diego Hipólito (ginástica artística) – Santo André-SP

Arthur Zanetti (ginástica artística) – São Caetano do Sul-SP

Felipe Wu (tiro esportivo) – São Paulo-SP

Ágatha e Bárbara (vôlei de praia) – Curitiba-PR e Rio de Janeiro-RJ

Bronze

Isaquias Queiroz (canoagem) – Ubaitaba-BA

Arthur Nory (ginástica artística) – Campinas-SP

Poliana Okimoto (maratona aquática) – São Paulo-SP

Rafael Silva (judô) – Campo Grande-MS *Radicado em Rolândia-PR

Mayra Aguiar (judô) – Porto Alegre-RS

Maicon Andrade (tae kwon do) – Justinópolis/Ribeirão das Neves

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