Ausência

A lista de Ney Franco para o Mundial Sub-20, na Colômbia, retrata com fidelidade como as categorias de base dos times paranaenses estão sucateadas – especialmente de ideias.

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Não há uma política clara para revelar jogadores. Muito longe disso. Alguém vê algum atleta dos times locais como injustiçado na relação divulgada ontem (16/6)? Difícil.

O nível dos garotos que jogam por aqui é até razoável. Mas os treinador não sabem o que fazer quando veem uma promessa com 18 anos. Aliás, poucos técnicos vão aos jogos de juniores. Raros orientam meninos pensando em utilizá-lo em um breve espaço de tempo.

Quando chega a oportunidade de algum prata da casa é no afogadilho: ‘Vai lá e resolve’ ou ‘É a sua chance, garoto’.

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Não tenho as estatísticas, porém não são raros os casos de jovens promessas que não despontam em um determinado clube e conseguem ser ídolo em outra agremiação.

No caso específico do futebol paranaense chega a ser estranha a falta de oportunidade. Atlético e Coritiba têm se destacado nos torneios nacionais sub-20. E o Paraná, apesar de todos os equívocos, tem sido abençoado pela sorte.

Porém a seleção foi chamada e não há ninguém do trio de ferro. O resultado disso – na lógica mercadológica – passa simples pela cabeça dos cartolas: “perdemos a chance de faturar”.

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Perderam mesmo. E vão continuar perdendo. Atleta se faz com trabalho psicológico, nutricional, físico e – sobretudo – oportunidade. E oportunidade não é chance. Oportunidade se cria.

Todo fim de temporada, o presidente do clube deveria sentar com o seu treinador e fazer uma sabatina. Ganhou títulos? Deu oportunidade para algum jogador? O que você deixa de planejamento para a temporada seguinte envolvendo a categoria de base?

Parece piada. Mas é simples. E quem faz isso (o Santos, por exemplo) está rindo à toa.


Atletas se apresentam ao técnico Ney Franco no dia 4 de julho, na Granja Comary
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