Alex, um caso de amor

Alex terá alguns privilégios no Coritiba. Algo merecido e compreensível para um jogador de 35 anos, ídolo da torcida e consagrado.

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Em junho, durante as férias em Curitiba, o meia participou de um debate sobre futebol na PUCPR. Na ocasião, por exemplo, disse que não gostaria de viver novamente os equívocos do futebol brasileiro.

O jogador, à época firme e forte na Turquia, referia-se à política de concentração, as longas viagens e o bagunçado calendário. Citou como algo que “não quer passar mais” o período de reclusão do Coritiba em Atibaia para a semifinal da Copa do Brasil, com o São Paulo.

Ao acertar com o Alviverde, seu clube do coração, Alex deve ter colocado tudo isso à mesa. Dificilmente levará carrinhos nos péssimos gramados do Campeonato Paranaense — salvo algumas exceções. Será tratado com luxo que merece.

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Muito possivelmente, apenas no Coritiba ele teria esse direito preservado. No Palmeiras, Cruzeiro ou Grêmio, isso ficaria no papo de cartola. No momento difícil, a torcida iria dizer: ‘O cara ganha uma grana preta e tem regime diferenciado’. Os colegas de time também iriam torcer o nariz. No Couto Pereira, Alex poderá tudo.

São 113 jogos pelo Coxa e 33 gols, nenhum título. Alex mesmo considera um mistério essa adoração, diante da pequeneza dos números. Vai se aposentar no clube que o revelou. E diante de uma torcida que o ama de graça.

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Separo abaixo duas respostas de Alex em ótima entrevista para a jornalista Ana Luzia Mikos, em fevereiro de 2011, pouco antes de renovar contrato com o Fenerbahçe. Uma síntese do novo camisa 10 coritibano.

Você ouviria uma proposta do Atlético?
Tá louco! Não passaria nem perto. Tenho o maior respeito. Acho até que Atlético e Coritiba poderiam ser mais próximos para fortalecer o futebol paranaense. Mas essa rivalidade tem que existir. Sou torcedor.

Também nas redes sociais houve uma polêmica quando você falou sobre a falta de investimento do Coritiba em você…
Eu acompanho tudo, leio os jornais, o site do Coritiba, do Coxanautas, os comentários da torcida. Escreveram que eu um dia voltaria a jogar no Coritiba para pagar todo o investimento que o clube fez. A verdade é que não fez investimento nenhum. Não é uma crítica. É um fato. Quem me ajudou, me dava chuteira, pagava minha passagem de ônibus era a AABB. Quando cheguei ao Coritiba o clube estava à beira da falência, não tinha condições nenhuma. O período de 90 a 95 foi um dos piores dos 100 anos do Coritiba. Perdeu vários jogadores da base por causa disso. A situação era crítica. O Coritiba deu de fato a chance de eu me profissionalizar.

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