A Federação não acreditou no Paraná


José Carlos de Miranda e José Domingos perderam parte da tarde de segunda-feira na Federação Paranaense. Miranda poderia estar em Morretes gerenciando sua pousada, ou curtindo o filho Lucas, mascote inseparável do Paraná. Zé poderia estar tocando suas atividades ligadas à política e ao rádio.

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Mas não. Perderam um pouco das suas vidas tentando achar uma solução para mais uma barbeiragem da FPF. Aquela que obriga o Tricolor a jogar dias consecutivos por competições diferentes, ou pela mesma competição, ou em locais diferentes. Um problema que o bom senso poderia ter evitado.

Quando a fórmula do Estadual foi definida, em setembro, o Paraná já brigava por uma vaga na Libertadores. Quando a tabela do Paranaense foi definida, em novembro, o Tricolor também estava na luta por um lugar no continental.

Mais ou menos ma mesma época outras federações definiram seus estaduais com menos datas, apostando ou já cientes de que seus filiados jogariam a Libertadores. O Paulistão, por exemplo, tem 23 datas – e ainda assim o Santos teve jogo da primeira fase sobreposto a partidas do Paulista. O Gauchão, 22. O Carioca, organizado por uma federação que nem se sabe quem é o presidente, apenas 19.

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Mesmo sabendo que um filiado seu estava na iminência de disputar o torneio sul-americano, a Federação permitiu que os clubes votassem uma fórmula de 25 datas e fez uma tabela sobrepondo rodadas do Estadual a rodadas da Libertadores. Acabou tendo de “torcer” para que o Paraná não chegasse à Libertadores ou caísse antes da fase de grupos. O Tricolor não caiu e o estrago na tabela foi inevitável.

No ano passado, o Paranaense foi jogado em 20 datas. Em 2007, era possível fazer com 21, mantendo a fase classificatória em turno único e partindo para o mata-mata já a partir da segunda fase. Com quatro datas a menos,todo esse problema teria sido evitado.

Agora, a Federação posterga a decisão sobre o que fazer com o Paratiba do dia 11 (dia 10 o Paraná joga na Bolívia) para semana que vem. Até lá, talvez Atlético (bem possível), Coritiba (pouco provável) e Rio Branco (quase impossível) estejam fora da Copa do Brasil, o que pode abrir alguma data. Caso contrário, todos nós teremos de fazer o mesmo que os avestruzes que o presidente da FPF vendia até outro dia: enfiar a cabeça em um buraco. De vergonha.

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