A não ser que perca o rumo pelas tentações que geralmente tiram boleiros do rumo (mulheres, bebida, más companhias, drogas, egocentrismo ou a combinação disso tudo), Ariel Nahuelpan será ídolo enquanto estiver no Coritiba.
Pude notar no jogo com o Fluminense, que assisti ao lado de amigos coxas, a agitação que causou a entrada do gringo em campo. O mesmo se repetia no Atletiba a cada toque na bola.
Ariel conquista a torcida pela disposição. Ele não se esconde, dá opção para o jogo, sabe usar seu corpanzil para proteger a bola. Sem ela, corre atrás do adversário, trombando, cutucando, tentando desarmá-lo, uma função que poucos treinadores no Brasil conseguem convencer seus goleadores a exercer.
Além disso, a identificação com Ariel é fácil. Para o torcedor adulto, ele lembra aquele colega grandão de pelada sem muita habilidade, mas que mata a bola no peito, dá uma bundada para se livrar do zagueiro e toca para o companheiro; que chuta no gol assim que aparece a primeira brecha; que parece que vai ser desarmado pelas próprias pernas, mas de repente está na cara do goleiro.
Para as crianças… Bem, difícil achar alguém mais carismático do que um gigante de 2 metros de altura, cabeça raspada e uma exótica chuteira laranja calçando um interminável pé tamanho 47.
Só espero que o Coritiba esteja pronto para a provável Arielmania. Pois será dose o torcedor ouvir “está em falta” quando entrar na loja do clube com a carteira estufada, louco por uma camisa do Coxa e pedir “A 37, por favor”.