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André Pugliesi
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O que você faria se descobrisse que alguém da sua família gosta de VAR?

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André Pugliesi
10/01/2021 23:13 - Atualizado: 29/09/2023 20:16
O que você faria se descobrisse que alguém da sua família gosta de VAR?
| Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Gazeta do Povo

O dito "futebol moderno" fabricou mais um daqueles fenômenos que dividem a humanidade, em duas partes flagrantemente inconciliáveis. Ou você é A ou B. Ou é a favor ou está contra. Ou você gosta de cinema ou de filmes de super heróis.

É o caso do afamado árbitro do vídeo, vulgarmente chamado de VAR. Em pouco tempo de emprego da, digamos, ferramenta, já estão entrincheirados dois grupos estanques e, aparentemente, incomunicáveis. Há quem ame. E quem odeie.

Eu odeio. E detesto porque, afinal, urge pegar em armas. Pois está em risco, ao meu ver, a alma do principal esporte do planeta, este teatro maravilhoso encenado no Brasil desde que o primeiro índio emendou um voleio num coco.

Ora, estão aí as rodadas do Brasileirão, uma após a outra, sem trégua, a realçar a avacalhação. Tamanho esculacho que só nos resta ferir, de morte, o jogo-jogado no switch, no ar-condicionado da cabine da CBF, sob o signo da tecnologia.

Pra mim, já deu. É preciso parar tudo e, por um momento, esquecer. E nada melhor do que a largada de um novo ano para abandonar, de vez, o que não serve mais, como aquela sua camisa horrorosa do Metallica.

Da experiência eletrônica, em sua primeira versão, como uma espécie de videolaser, está concluso. Se a arbitragem pré-VAR era ruim e altamente influenciável, a arbitragem atual é ruim e altamente influenciável com VAR.

Há uma miríade de razões. A começar pelas conceituais, como, por exemplo, a escolha dos lances passíveis de revisão, que considera passagens absolutamente interpretativas, entre outros graves equívocos de projeto.

Aí, a cada 15 minutos, 30 mil pessoas no estádio, e centenas de milhares pela tevê, precisam esperar a conclusão de um debate filosófico entre a equipe de arbitragem. E o futebol, que é a montanha-russa dos esportes, torna-se tão excitante quanto um passeio de carrossel.

Não bastasse, algumas regras são confusas, em especial a da bola na mão, que muda semana sim, na outra também. Enquanto você está lendo, a definição do que configura pênalti, e do que não, pode estar mudando e você nem sabe.

Ora, não nego que a tecnologia possa ser útil. Mas vejo contribuição nas marcações se a bola entrou ou não, em impedimentos de lances de gol, ao denunciar agressões fora do campo de visão do árbitro etc.

Do jeito que está, é possível afirmar, décadas depois, com alguma convicção e saudável arrogância, que não apenas o videoteipe, mas o VAR também é burro. Enquanto o árbitro está diante do monitor, ele não está entendendo nada.

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