Opinião

É um escândalo. VAR no Brasil é tão “tecnológico” quanto um guardador de carros orientando baliza

A CBF deveria disponibilizar para download os áudios das conversas do VAR durante os jogos do Brasileirão. Tomando como exemplo o conteúdo divulgado de Vasco e Internacional, as conversas têm alto potencial de viralização no WhatsApp, como aquelas que falam de “aligenígenas”, “último gás”, “dia da maldade” etc, tamanho é o nível de esculhambação.

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Um lance de verificação de impedimento em São Januário simplesmente desnudou o tal “protocolo” do VAR. A entidade vende a gloriosa “ferramenta”, e há quem acredite, como um recurso de alta tecnologia, dispositivo para dirimir qualquer dúvida e trazer “justiça” ao futebol. O que se entrega é de um amadorismo despudorado.

Na jogada em questão, gol de Rodrigo Dourado, no triunfo por 2 a 0 do Colorado, o operador do sistema, com dificuldades técnicas por causa da sombra no gramado, deixa claro na conversa que “tecnicamente a linha não está boa” para aferir o impedimento. E, mesmo assim, o árbitro de vídeo, José Cláudio Rocha, atropela: “Gol legal!”.

Reprodução Globoesporte

No afã de ajustar a linha, naquilo que seria “alta tecnologia” para definir impedimentos com “precisão milimétrica”, as orientações mais parecem as de um guardador de carro que nunca jamais dirigiu. “Aí, aí, parou, parou, volta na batida. Põe a linha onde der”. E, mesmo diante da impossibilidade de estacionar o carro, é como se o guardador gritasse: “Vai que dá”.

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O resultado da patacoada ainda está por vir. Para começar, o VAR conseguiu devolver o Brasileirão aos tempos do tapetão. Afinal, acusando “erro de direito”, o Vasco quer recuperar sua vaga na elite. Não bastasse, os cruz-maltinos prometem ir à Justiça para pedir indenização de R$ 100 milhões. Vai vendo…

E assim, depois de a CBF ter admitido que revisão de um gol do São Paulo contra o Ceará foi equivocada, em novembro do ano passado, nem o mais virgem dos torcedores de futebol pode crer que o VAR, realmente, é sistema confiável. Bastou um áudio só pra se constatar a esculhambação.

O que saberíamos se ouvíssemos todas as conversas?

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