Copa do Brasil

O que acontece com Tiago? É o fantasma de Levir assombrando Petraglia? Calma, eu explico

Segundos após a invulgar declaração de Tiago Nunes na entrevista pós-derrota para o Avaí, pelo Brasileirão, pipocaram posts e notificações nas redes atleticanas com as mais estapafúrdias teorias sobre o futuro do Athletico e de seu técnico. Teorias, entre fundadas e conspiratórias, em busca da resposta para a pergunta: o que está acontecendo com o gaúcho?

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A minha resposta: nada de anormal. É o que se pode depreender, ao menos, dos relatos de pessoas próximas do treinador rubro-negro. Bem como é o que sabem aqueles que frequentam o bunker do Umbará. A reação de Nunes foi, sem dúvida, extemporânea e inadequada. Mas as motivações não são novidade.

No domingo, além de tudo o que envolveu o combate com os catarinenses, o técnico ainda permaneceu na Arena para comandar o treino da equipe principal para a final da Copa do Brasil, o jogo mais importante do clube desde 2013. E, no meio desse furacão, com trocadilho, por favor, ainda teve o aniversário da filha de Nunes.

Depois da preparação, mais calmo, Tiago confirmou para pessoas próximas, via WhatsApp, tudo o que disse na bancada da sala de imprensa da Arena. Com a voz tranquila, sem a pressão de câmeras e microfones, reforçou a versão do cansaço, alto nível de stress etc. Não há porque duvidar.

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Mas há, ainda, outro fator que, indiretamente, deve ter impulsionado a reação intempestiva. Não é segredo para absolutamente ninguém a guerra fria entre Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do clube, e o treinador. Entre temporadas de fogo cruzado e breves armistícios, a relação entre os dois nunca foi de paz absoluta.

Da assunção como tapa-buraco de Fernando Diniz, demitido contra a vontade de Petraglia, passando pelo título da Sul-Americana, Nunes sempre precisou “duelar” nos bastidores do Rubro-Negro. Pela permanência no cargo, apesar das propostas, contra o prestígio do ex-técnico, que seguiu à espreita mesmo fora e, especialmente, na busca por contratações, tema que gerou até mesmo insatisfação pública.

Nada disso, entretanto, parece contaminar o ambiente às vésperas da partida com o Internacional. O fantasma de Levir Culpi, aparentemente, não está rondando o vestiário atleticano. Como se sabe, um desacerto entre Petraglia e o técnico curitibano entrou para a história como um dos fatores que desembocaram na perda do bicampeonato brasileiro em 2004.

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Há, sim, alguma insatisfação e situações mal-resolvidas. Há, principalmente, o stress pré-finalíssima. Não está em curso, no entanto, um movimento que possa comprometer, decisivamente, o desempenho da equipe no Beira-Rio. Fora desfalques e outras questões comuns ao jogo, o Athletico chega inteiro para a decisão. Se vai desembarcar no Afonso Pena com o caneco na bagagem, o jogo é que vai responder.

Observação: após a publicação deste texto, Tiago Nunes falou ao site oficial do clube sobre as declarações e afirmou que está “focado” na decisão (leia mais).

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